quinta-feira, julho 31

Sobre a velhice:

Sobre a velhice: 

Um dia seremos todos velhos e, quando esse dia chegar só iremos ter saudades dos pais, dos avós, dos filhos, dos netos e daremos mais importância a isso do que à novela que dá na televisão, do que à doença que nos ataca o corpo, do que ao jogo do mundial, que ao politico que nos tira as miseras reformas. Só podemos ansiar que nunca nos ponham num lar. Pior que nos dizer nessa altura que não prestamos para nada e que somos apenas um fardo, pior será mesmo jogarem-nos contra uma cadeira de um lar pedindo-nos para que morramos por lá. 

Isso seria arrancar de dentro de nós, o coração. 

Pedro Miguel Mota 
31/07/2014

domingo, junho 15

Vivemos para amar

Vivemos para amar e não para destruirmos cada alma em centenas de pedaços. Vivemos todos os dias para poder abraçar, para sentir sobre as sete camadas de pele que temos no corpo a emoção, a adrenalina a fazer fervilhar o sangue do nosso corpo, sentir o coração palpitar com muita intensidade quase como se fosse um ataque cardíaco. Quando já nada importa parece que a vida deixa de fazer sentido, tudo deixa de fazer sentido e caímos numa decadência quase infinita de choro, de profunda tristeza que nos faz chorar, cobrindo o rosto de mágoa e de mágoas que nos fazem querer arrancar o coração, que nos fazem querer gritar, querer chorar de tanta ganancia que algumas pessoas fazem sobre os nossos corpos, sobre as nossas pessoas, sobre as nossas almas. E por vezes somos esses fantasmas, aos olhos dos outros não passamos de um monstro, de um demónio, de um filho do diabo que nos amou de maneira diferente, que nos roubou a ingenuidade, transformando-nos em pequenos diabos perante os olhos dos outros.

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sexta-feira, junho 13

Sou eu que controlo o meu tempo.

Sou eu que controlo o meu tempo. Sou eu que controlo a minha vida, os meus sonhos, as minhas ideias, as minhas metas. É só a mim que compete decidir o que fazer, é esquecer e continuar a andar/correr se algo correr mal.

Não serão as palavras desmotivadoras, as descaídas, as dores de musculosos, as ilusões, as quedas, as lesões que me irão fazer deitar abaixo. Não será isso que me irá deitar abaixo. Quando me disserem que não irei conseguir, que ao cair não voltarei a caminhar, que deveria ficar quieto, é quando a força surge, é quando se tem de ir contra a corrente, é colocar na cabeça que não será assim que irei acabar a vida. Os meus inimigos serão perseguidos, serão derrotados a cada passo vitorioso que darei, mais tarde ou mais cedo, verão como o não de hoje, será o sim de amanhã.

terça-feira, maio 27

A ser puxado para baixo.

Sinto o meu corpo a ser puxado para baixo. Não é aquele puxar para baixo como se costuma sentir a terra a fazer força, mas sinto quando me deito que o corpo se afunda mais na cama. Sinto quando me ponho de pé que o corpo é sugado, como se as portas do inferno estivessem abertas para me receberem a qualquer momento. É estranho explicar isto porque sinto que a força gravitacional que se exercia em mim aumentou, como se tivesse o ar à minha volta a empurrar-me para baixo, quase como se quisesse enterrar-me nas entranhas do mundo.

É-me complicado qualquer posição que faça, pois sinto sempre uma coisa extrema a fazer força sobre mim.