Todas as noites o meu corpo treme

Cruza o dedo no meu coração, porque eu não quero morrer sem um gesto teu perto dele. Não quero pensar que fiz um erro por ter dito o que te disse. A magia perde-se com o passar do tempo. Os sorriso são menos frequentes, mas até mesmo os que são dados são soltos com agrado. Como se vivêssemos num maravilhoso sonho onde os sorrisos são a nossa única forma de expressão. Os buracos que mantêm o coração a lutar contra tudo o que o impede de ser vermelho, são cada vez mais fundos. Aqueles buracos que o tentam pintar de preto. E, de alguma forma conseguem. Pintam-me as mentiras nas costas, o desespero nos pulmões e a ansiedade no respirar do meu corpo.

Todas as noites o meu corpo treme, não do frio que faz por causa desta chuva, ou do medo que tem dos trovões, mas de recordar tantas e tantas vezes os teus olhos. Deitado na cama, virado para um lado qualquer da cama, relaxado, apareces tu. Mas só te vejo a cara. Essa cara que te fica tão bem. Cara linda e um sonho de mulher. Não te consigo ler os olhos. Não te consigo ler mais. Deixei de ter o dom de ler as pessoas pelos olhos, é que meu antigo amor, não te consigo ler mais os olhos. A voz não te sai e por isso, não posso dizer como te sentes. Não feches os olhos, é das únicas coisas que tenho memória. À muito que larguei os males no lixo. Guardei os melhores momentos numa caixa, para um dia poder lembrar-me de como tudo foi perfeito dentro dos possíveis. Tenho de seguir em frente e acredita que tenho tentado, mas cada vez que ouço o teu nome, na boca de qualquer pessoa, me lembro de ti e lá me voltas à memória uma vez mais. É quase como se apanha-se a gripe toda a vez que me recordo de ti. É algo que não faz bem nem faz mal, mas que incomoda quando queremos é estar bem de saúde. Mas.... Ainda bem que penso em ti, e não em mais nenhuma menina. É bom sinal. Quer dizer que me fizeste bem. 

O pior da vida, é darem-nos armas para nos defendermos, mas nunca nos terem ensinado como as usar.