quinta-feira, julho 29

Aninho-me no quentinho dos cobertores do meu quarto.


Aninho-me no quentinho dos cobertores do meu quarto. Sozinho e com o frio a querer desfazer-me, vou assim resistindo à doença que me bate à porta. Tenho um lápis na mão, mil papeis à minha frente, e escrevo sem parar. Quantas vezes já esmaguei eu, o meu próprio coração? Milhares de vezes. Vou batendo com o punho no chão em jeito de que as ideias mais perfeitas e sinceras me sejam colocadas na ponta do lápis para que consiga escrever o que quero. Para que saia a mais bonita história que sempre quis escrever.

Os sonhos voam à minha volta, mas nem um é capaz de parar e deixar-me agarra-lo para que o possa escrever em condições. Queria a sua mão. A mão de homem, de mulher, de alguém que se chegue perto de mim, me acarinhe nos seus braços, e, me diga que por hoje chega. Que hoje já fiz muito. Que me levante e limpe as lágrimas com a sua manga da camisola. Ou então, que me deixe a chorar com raiva por não conseguir chegar ao ponto da escrita que mais quero. E, traga apenas uma caneca de chocolate bem quente, para que afogue as mágoas e queime de vez as dores que tenho no peito de tanto chorar. Preciso de variar. Preciso de mudar aquilo que gosto de fazer. Preciso de mudar, preciso de fazer algo novo. De criar a mesma coisa, mas de outra maneira ainda mais sincera. Preciso de me sentir livre do peso que me impede de respirar tão bem.

3 comentários:

  1. sem palavras...

    ...sinto me assim...

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  2. As vezes as palavras faltam tanto, que so nos apetece rasgar todo o que ate agora fazemos.

    As vezes é preciso parar, pensar, esquecer por uns momentos, e voltar, voltar a escrever tudo de novo.

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