quinta-feira, fevereiro 18

Toma, é para ti!

Parece boa, e meiga até. Agora não, sinto-me bem. Não a sinto a recuar. Olhou para mim, pareceu-me olhar. Não pode ser, vou ignorar, mas ela nunca olhou para mim com aquele olhar. É estranho, o que me vai passando pelas portas do coração. Os gritos de satisfação, e admiração instantânea nos interiores do pulmão. Há qualquer coisa de diferente no ar. Os sorrisos são mais verdadeiros. São alegrias saídas de contos de fadas bem encantadas. Quero, contigo dar a mão. Olha-me nos olhos, não quero promessas, quero um sim de que irás tentar, abraçar e dar a mão, e, nunca largar sem que antes me avises de tal gesto teu. A rosa és tu. No meu jardim. Onde o sol se sente à beira da sua janela, contemplando-te o dia todo, sorrindo, suplicando para que te vires para ele, te abras e deixes o seu calor entrar em ti, para que, à noite, quando te for buscar para te pousar ao meu lado na cama, faças esta ficar quente. Torna delicados os lençóis, limpando levemente as almofadas, para mais uma noite de um belo sono. E de manha, bem de manhãzinha, levar-te ao local do mesmo dia...

Floresce minha linda rosa. Os dias são todos teus. Mas, pela noite, peço permissão para te tirar do teu meigo sitio, para que na cama, apenas me aqueças o coração, que, com as enormes saudades, foi ficando frio, a ponto de bater apenas quando olhava lá para fora, vendo o sol a brilhar para ti. Certo, como o sol, atingir o teu suspiro, levando até mim, a tua calma voz, querendo que muitas vezes te vá arrancar de onde estás, e te traga para dentro. Pois, queres, ser contemplada por mim, e não pelo sol. És tu que me causas sorrisos, felicidades altivas e energéticas. És tu, quem me poem sorrisos nesta cara que teima em permanecer muda durante todo o dia. Limpa-me as lágrimas, dá os abraços apertados que tanto costumas dar. Aconchega-me no teu peito. És tu quem me deixa pousar a cabeça nas tuas pernas. Dás em mim, um murro no peito, que me põem a escrever, ou a tentar, escrever, a derradeira carta de amor. Das muitas que escrevi, aprendi, que a verdadeira carta de amor, é a única em que no inicio e fim, os olhos se cruzam, os corpos se juntam, e um beijo sela a carta para sempre. Esta, com a idade se vá deteriorando. Acabando por se esquecer no tempo. E quanto melhor for esse beijo, esse "papel" chamado de amor, quando mais forte for, mais irá perdurar a beleza da carta que tanto ouso escrever um dia. Que seja um dia, dita por estes meus lábios, soltando uma pequena lágrima doce, que tu, sendo tu e mais ninguém, se estique e me chegue a limpar com a manga da camisola. Chegando por perto, soltando também tu, uma lágrima, que deixo escorrer. Como ambos nos apercebemos nesse momento. Será um sim, para um sempre. Um sempre que não é muito tempo. Pelo menos um sempre para um tempo suficiente.

Teimo neste continuo disparate, em acreditar que tu existes.

11 comentários:

  1. 'Será um sim, para um sempre. Um sempre que não é muito tempo. Pelo menos um sempre para um tempo suficiente.'
    Lindo lindo lindo :')

    ResponderEliminar
  2. Oh Peter, está tão lindo, tão wow, tão 'à Pedro' mesmo *.* Dominas esta coisa toda rapaz!

    ResponderEliminar
  3. gosto muito mais deste teu lado Pedro, adorei, dos que mais gostei teus :')

    'Teimo neste continuo disparate, em acreditar que tu existes.' - se calhar não é disparate.

    ResponderEliminar
  4. Alguém anda apaixonado.. :) Os teus textos são lindos, Pedro!

    ResponderEliminar
  5. eu vou ficar a achar que isso era um elogio...

    ResponderEliminar
  6. Eu fico a questionar-me qual será mesmo o teu blog dos infindáveis que aparecem na lista, mas vá, arrisquei por este. Gosto de ler isto aqui, parecem-me boas palavras, boas conjugações, boa prosa poética. "não existem pessoas certas, existem pessoas." Obrigada por teres o mesmo pensamento que eu! :D
    Um beijo.

    ResponderEliminar