terça-feira, setembro 8

Vou voltar...

Está calmo agora. Vem sentar-te perto de mim meu amor. Sentir o teu perfume a irritar as narinas causando uma satisfação olfactiva maravilhosa. Sentir as tuas mãos frias, enquanto me tocas na face queimada pelo sol. Os teus lábios a beijarem-me as palmas das mãos, num gesto de carinho. O teu olhar a comer os meus lábios em forma de provocação. Aproxima-te mais. Vamos tentar as nossas asas de anjo. Voar por cima das estrelas. Saltitar por entre elas. Fechar os olhos e desejar mais tempo.

Está a chover. Consegues ouvir os relâmpagos? O espectáculo nocturno que se faz lá fora. Todas aquelas luzes da natureza, aparecidas de forma misteriosa. Fazem-me sonhar e pensar. Fazem-me sentir vivo. No momento em que as luzes se apagam e a escuridão preenche o silêncio. No momento em que o espectáculo acaba e dá oportunidade ao vazio de se propagar. Fecha os olhos, coloca o teu peito junto do meu. Abraçando-me com força, até sentires o meu coração a cantarolar música para te acalmar. Leva-a contigo para quando tudo voltar a tirar-te vida. Leva-o contigo. Dar-lhe-às melhor uso do que aquele, que eu lhe dou.

Os sonhos em que morro, são na verdade os melhores que já tive. Mostram-me o que poderei ainda viver e as diversificadas formas que tenho de morrer e a magnitude por trás de uma vida ainda por ser preenchida. Acalma-me o ego, mas faz o meu coração pulsar de aflição. Ele já compreendeu. Apenas tem medo de mo dizer.

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