quarta-feira, julho 15

Crise Existencial

Sinto as agulhas a partirem-se dentro das minhas veias. Tento acreditar que estou doente, enquanto tu me tentas apagar todas as memórias. Respiro todas estas mentiras ditas bem baixinho por ti para eu nunca as chegar a perceber. Rasgo corações, esfolo joelhos enquanto corro atrás de ti, para conseguir fazer-te sentir o mesmo. Não quero um abraço tão grande, nem uma saudade enorme. Quero apenas ver-te a chorar.

Não consigo, não consigo escapar a todas estas depressões que se acumulam dentro de mim. Todos aqueles sonhos que me fazem encher o peito de ar, um ar desagradável, preenchido com angustia e desconforto, assim como lâminas com veneno nas pontas. À quantos dias ando assim... Feliz da vida, com o desespero de tentar ver para lá desta que já levo. Se todos os dias fossem assim. A experiência que já não tinha adquirido, a pessoa que eu não era hoje, e a que eu era amanha. E é tudo tão simples. Nunca seria o mesmo.

Ando farto de esperar. Estou neste local à dias sem uma noticia tua de esclarecimento. Sinto-me atormentado por todas as sombras que aparecem e se foram pela luz dos candeeiros que residem por cima de mim. Não sabias que tal me assustava? Esta inexperiência passou agora a ser um escudo... Estou farto de ver e rever que estou só e vazio. Nada disto teria de ser assim. Assim tão mau como hoje não consegue. Estou feliz e ao mesmo tempo desprezível. Eu entendo as ilusões de cada aperto no meu coração.

Não consigo esquecer o que me disseste. Consigo lembrar-me de tudo sem pestanear. Então tira!
Tudo de mim, porque eu não quero nenhuma parte de ti ligada a mim. Tira de mim tudo o que te pertence porque eu não quero que interfiras com tudo o que eu criei. Sentia inveja, agora és tu. Tira de mim o que disseste. Não quero morrer. Contigo, contigo no meu pensamento. Agora, tu tiraste toda a minha existência, a minha existência é tudo o que eu tenho.

Dores... Não são mais do que uma inexperiência da vida. Respira, sabe bem melhor do que estar sempre a pensar em ter dores.

A tua vida ainda agora começou, porquê tanta pressa em morrer?

3 comentários:

  1. " Tento acreditar que estou doente, enquanto tu me tentas apagar todas as memórias. Respiro todas estas mentiras ditas bem baixinho por ti para eu nunca as chegar a perceber. Rasgo corações, esfolo joelhos "
    Tens tanto de mim em ti pedro, fez-me chorar :(

    Adoro o que escreves, como escreves, e sobretudo o que sentes, nao por sofreres mas sim por sabe-lo expressar.

    Um beijinho *

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  2. ó, eu tambem por vezes escrevo o que sai, mas quero dizer tanto, porque tento tanto dentro de mim, que acaba por nao sair nem metade e entao sai uma merda qqr :x

    Obrigada pelas palavras (:

    Quanto ao veres-me a cores, achei que ontem te tinha visto num comboio :p

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  3. hoje fico por casa :x
    tens de me dar o teu mail (:

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