quinta-feira, janeiro 8

A enterrar os meus medos

No strings attached. by ~Raccoon-with-a-cigar

Neste momento estou a enterrar os medos. As angústias, arrependimentos, os choros, as depressões, as lágrimas libertadas pelo medo, pela incompreensão do meu destino, dos meus sentimentos e pensamentos que me tornaram no que não queria. Queria agradar a todos, queria que as minhas ideias fossem partilhadas por todos, queria que a minha pessoa fosse respeitada e acarinhada. Estou a entrar num mundo onde todos tentam destruir o que construí e o que tenho dentro de mim. Não me apercebi, agora que revejo o erro que fiz, só me apetece é destruir tudo o que fiz para trás, para voltar a construir tudo aquilo que perdi e construí de tão mal, durante todo este tempo em que existo e sinto. Os sentimentos estas coisas que me fazem sentir a vida, o momento especial e importante de "sentir". A maneira como eu o sinto, a maneira como eu o sinto, a maneira como eu o penso. Ficou para trás agora. Transformo-me num monstro que vive como qualquer outro monstro. Que chora e apoia, que destrói e contempla, que critica e age. Um mudo num mundo de "faladores". Cego num mundo de maus olhados, surdo num mundo de críticos, anti-sentimentos num mundo de prazeres e doenças que despedaçam a mente humana, que a torna frágil e facilmente quebravél. Respiro em paz num mundo só meu, num canto só meu, com aquilo que eu mais gosto ao meu redor. Já não espero. A minha vida mudou. E vai voltar a mudar. Até que um dia deixe de morrer e renascer, e só exista um morrer final. Onde o renascer será de outra forma, de outra maneira impossível de contar ou descrever a este mundo ensurdecedor que queima cada gota de água.

Eu pensava que era forte, mas... não sou. Agarrei-me a uma coisa e...
Ainda falta a frase mágica para me libertar completamente das raízes do meu antigo mundo. Já estou livre, pelo menos sinto-me. Preocupei-me demasiado. Ficava triste por tudo e por nada. Importava-me demasiado com aquilo que as pessoas pudessem dizer, pensar, ler, escrever, ouvir sobre mim. Importei-me demasiado com o que as pessoas pensavam, ora se eu estava com esta ou aquela pessoa. Preocupei-me, e agi toda a minha vida com medo, vivi como uma pequena criança que tinha de deixar dar andar os outros meninos no baloiço, por ter medo de que eles deixassem de ser amigos dele. Tinha perdido a razão de viver, o gosto do que me tornava humano. A emoção que um dia me poderia percorrer dos pés à cabeça com uma rapidez invisível, que me deixaria atordoado com a tremenda facilidade de conseguir deitar todas as cartas do meu castelo. Acreditei intensivamente que nunca iria estar numa prisão, e isso aconteceu. Criei a dentro de mim. "A prisão que se cria dentro de nós é muito pior do que a prisão que conhecemos cá fora!!" Deixei-me ficar sem vida, sem emoções. Fiquei sem sentir, sem acreditar num presente agradável e contente. Fui desleixado com a minha vida.

Depois de tantos anos a criar esta árvore, corto agora as raízes que a prendem a mim, corto o que lhe dá vida. Corto o que me dá a vida mas que desconhece os meus sentimentos e a minha vida.
Perdi amigos e desconhecidos. Ganhei amigos, fiz conhecidos. Não me invejo de ninguém, nem quero conhecer quem tem inveja de mim. Não julgo ninguém, não critico ninguém. Não me preocupo contigo. Quero construir o mundo que eu deixei escurecer com os anos que passei fechado dentro de 4 paredes negras com as doenças que vinham de fora para dentro de mim. Sem uma fresta para deixar passar o ar fresco, para aperfeiçoar o ar. Deixei de jogar Sim's com a minha vida. Criei barreiras sem perceber do que me estava a privar ou a prevenir de ver, acontecer, sentir, respirar. Limpo o preto de dentro do meu corpo com tudo o que tenho dentro de mim, sem desperdiçar nada. Afinal o que eu pensava que era preto, é branco e bem branco. Parte daquilo que sou, era um sonho desde pequeno. Sentia-me insignificante dentro de mim. Era um eu que não era eu. Era um eu diferente de tudo. Uma pessoa que não era mais do que uma criança. Fui criança. Queria descobrir os segredos da vida, mas a vida...não tem segredos, nem muito menos caminhos a seguir para se ter uma boa vida ou gostarmos do que fazemos ou temos. Arrependido? Não! Deprimido? Muito menos! Eu em toda a minha forma de existência, sempre fui parecido com uma concha do mar. Ficava lá fechado dentro, preso no escuro, onde me eram dados problemas para eu resolver (os meus próprios problemas) e não abria a concha para respirar até que não acabasse de resolver aquele problema. A partir de um certo ponto da minha vida, os problemas apareciam, eu tratava deles, mas depois deixava de lhes ligar, para mim só tinha interesse uma vez, e foi o que aconteceu até ontem/hoje. Tentei resolver os meus problemas sozinho, fazendo de tudo para que corressem bem, deixando os sentimentos e os pensamentos de lado e concentrando-me só naquilo. Desde pequeno que me gostava de transformar numa pérola. Uma coisa única e valiosa para alguém. Ou para que todos pudessem apreciar. A concha é visto por mim como uma "fábrica" do meu eu. Aquela concha que no final de todos aqueles tempos, consegue deitar cá para fora, uma coisa tão insignificante que não passa de uma pérola, mas que aos olhos de quem a vê, não é mais do que uma coisa unica e bonita.

Sempre apoiei os outros, mesmo sabendo que lhes poderia tirar os problemas, as suas tristezas, os seus sofrimentos. Com os outros era e sou importante, dizem-mo muitas vezes. Já ouvi tanta gente a dizer que se quer matar e eu só penso naquilo que consegui ultrapassar e ser o que sou hoje, e orgulho-me por ter acontecido o que tem acontecido na minha vida. Eu sei que é pequenina e que ainda não vivi muito para contar. Mas tenho coragem de dizer, que me sinto bem com aquilo que sou, independente dos meus feitios, estupidez ou burrice. Sei que sou eu, e não outra pessoa qualquer que tentava a todo o custo ser. Eu mostro aos outros, que eles têm valor, que são importantes e que conseguem ultrapassar tudo. Digo-lhes que eles é que são fortes. Porque os apoio, porque é uma coisa que gosto de fazer, esteja ou não esteja bem comigo. Mesmo que esteja mal! Mesmo que os outros tenham pouca importância na minha vida, não quer dizer que sejam todos, apenas alguns que para mim não fazem a mudança do meu ser, eu mostro-lhes que eles é que são importantes e não eu. Porque quando vêem ter comigo para falar ou só desabafar, são os problemas deles que são importantes e não os meus. São eles que precisam de ser ouvidos, não eu. Eu ouço-me a mim mesmo, tenho os meus métodos de desabafar ou deitar cá para fora o que me chateia ou me incomoda durante um dia ou dois. Estou numa parte da minha depressão ou da minha triste, em que não consigo sentir isso. Sinto uma coisa esquisita de se compreender. Sim acho que é a aceitação. =')

Eu só tenho uma coisa para dizer: Eu sei o que é que queres ouvir, mas não sei se serei capaz de to dizer da maneira que queres ouvir, ou da maneira que esperas ouvir de mim.
Fui ciumento com os sentimentos dos outros. Fui ciumento com os amigos, com as namoradas, com tudo o que os outros viviam ou tinham. Fui desleixado com o que tinha. Com as minhas capacidades. Era o ditador dos meus sentimentos. Parei de me criar para os outros. Foi o momento em que decidi dizer "Chega", "Não quero continuar assim". Tenho as melhores amigas e amigos que poderia ter. As pessoas hoje em dia parece que não querem saber para nada dos sentimentos dos outros, daquilo que eles sentem por alguém. Só querem é curtir, mandar umas, namoriscar, e não se preocupam com o grande assunto. O sentimento do outro. Mas isto sou eu, é esta a minha opinião. Estarei a ver a coisa pelo lado mau em vez do lado bom. Mas não acho que as pessoas assim irão longe. Mas...tudo bem.

Não gosto de me apegar a ninguém, ou de ter alguém alguém colado a mim ou a previr-me de certas coisas, de certos momentos só meus. Não é questão de ter ou não namorada, é que quero neste momento de estar sozinho. Sem que me preocupe com o bem estar de alguém que me é querido ou que me é alguma coisa. Começo a fazer amigos e é só isso que eu quero neste momento. Estou tão bem sozinho. Queres namorar comigo? Então e eu pergunto-te assim, queres ser só minha amiga e depois isso do namoro logo se vê? (Consegues perceber onde quero chegar??!) Estou bem sozinho, assim só preciso de conhecer e de perceber e dar atenção a uma pessoa, eu, que é o que eu preciso neste momento. Como uma colega minha me disse, "Primeiro preocupas-te e pensas em ti, depois pensas nos outros e é se tiveres tempo para eles." E também não foi por isso que eu comecei a pensar mais em mim. Eu não gosto de me pegar a alguém, de me viciar nessa pessoa, de me encher de pensamentos sobre essa pessoa. De me colar, ou acarinhar demasiado. Eu estou aqui, e tu estás aí no teu quadrado, seja ele grande ou pequeno. Não me interessa. Fica distante de mim. Eu quando precisar de ti, vou perguntar por ti pode ser? Não, não quero que me faças tudo, não quero que me construas o mundo. Deixa-te aí estar. Quando precisar de uma ajudinha, para por uma peça eu peço pode ser?
Parece que quanto mais eu sou sincero com as pessoas, ou me abro com elas, parece que existe alguma coisa que ainda não compreendi muito bem, nem vou perder tempo a tentar compreender tal coisa. Só sei que as pessoas não gostam que eu seja sincero. Eu quero que o sejam comigo. Sabes o que é que eu sinto? Assim realmente? É dizer que não, e no dia a seguir fazer o contrário daquilo que tinha dito. Mas acontece, eu estou constantemente a mudar, um sorriso, um olhar, um sopro, uma respiração, tudo é diferente do minuto anterior.

Depois de tanta coisa que passei, olho para trás e sorrio aos meus inimigos, a todas as pessoas que me quiseram deitar ao chão. Estou no cimo do cume, onde consigo ver todos os meus problemas e tristezas, alegrias, brincadeiras, inimigos, amigos, família, tudo o que faz parte de mim. Deixo-os agora. Os meus inimigos sobem pelo monte a cima, tal como todos os meus problemas e medos da vida. Querem-me empurrar, querem que eu caía dali. Mesmo daquele topo. Querem-me ver sofrer. Mas eles não sabem uma coisa. Não sabem o meu segredo. O melhor segredo que eu vou revelar. Eu tenho asas. E seja o que acontecer. Eu vou voar, e sobreviver aos problemas, vou voar por cima deles. Vou fazê-los sentir que são insignificantes. Mais do que o universo nos faz sentir. Abro as portas do meu mundo. É por isso que sei que gosto dele. Porque se não lhe desse valor, não falava dele. Permanecia calado. Sinto-me bem. Não é sentir-me bem, porque ainda existe uma coisa que me preocupa ou melhor que me ocupo desde à muito esta minha cabeça. É uma coisa minha. Não vos vou contar nada. Não tentem descobrir porque não o vão conseguir. Não, não fui violado, não matei ninguém, ou mal tratado, ou molestado, ou depressivo, ou seja lá o que for. É uma coisa profunda. Uma coisa mais profunda que os sentimentos poderão descobrir. A única frase que eu tenho para descrever este sentimento é: "É como se tivesse violado ou morto alguém que me é querido." Não precisam de saber mais nada, nem muito menos de perguntar. Imaginem a situação que quiserem. São tão amigo, tão amigo, tão amigo, que até chego a magoar por ser tão.

Ó merda esta. --'
Estáva eu contente da vida a escrever aqui, a escrever o final, quando esta merda empanca e pronto, lá se foram 200 linhas cu caralho. --'
Agora vou ter de me lembrar de tudo? :S

Só para dizer que, pronto para resumir tudo o que eu tinha escrito. Porque neste momento não me estou a lembrar de nada. Quer dizer estou, mas a estas horas, já não tenho tempo nenhum para escrever as 200 linhas que tinha escrito antes. :S Bem.
Eu estou bem sozinho, sinto-me bem. Mas sinto-me ainda criança. Porque não me estou a ver a trabalhar, tal como os meus pais, quero dizer, levantar-me todos os dias e ir trabalhar e etc, e casar-me e ter filhos, é uma coisa que não vejo que poderá vir a acontecer.
Não me venham com criticas, ou comentários, gabar-me, consolos, porque não os quero para nada. Poderei dizer, obrigado, como é óbvio. Já estou a fugir ao raciocínio. Caralho pá tinha um texto tão lindo e tão bonito e esta merda tinha de... foda-se!!!! --' Passo-me qésta merda.
Queres que eu páre de escrever? Então não venhas aqui ler o que escrevo! Queres que eu pense com tu? Então vai dar uma volta!! Não preciso das tuas opiniões. Estou bem com o que sou, poderei ser, bom ou mau aluno, se sou uma boa ou má pessoa, se sou burro ou esperto, se sou pobre ou rico, se sou feio ou lindo, se sou gordo ou magro, se sou bom nisto ou mau naquilo, eu gosto de ser assim. Gosto de quem eu sou. E quem não gostar optimo, quem gostar, optimo na mesma. Se alguém não gostar de mim, espero que esteja preparado para cair e se recompor, quem gostar de mim, que esteja preparado, porque eu não o/a vou receber de braços abertos.

Este texto ainda vai ser editado. :)

3 comentários:

  1. Precisamos de estar presas a alguém. Precisamos de alguém importante para nós e que seja dependente de nós. Não tem de ser necessariamente um(a) namorado(a). Mas que vivemos com os outros e para os outros lá isso é verdade. E não conseguimos viver sem eles.

    Os amigos são pessoas que estão presas a nós. E nós presas a eles. São nossos.

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  2. Amei por completo este post.

    "Eu tenho asas." , esta frase foi muito forte, demostrou força no contexto em que a puses-te :)
    Gostei mesmo :)
    Beijinho ~~

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  3. Amei amei amei :$

    'Menino de concha' é ridiculo como por vezes guiamos a nossa vida com base nas orientações dos outros.

    Não nos importamos queremos lá saber, dizemos nós. E até é verdade: podemos viver num casulo mas há atitudes, palavras e pessoas que vão ficando, que marcam e se infiltram que nem método usado nas transmissões de mensagens subliminares, tu não te apercebes mas elas exercem um poder inegável em ti como que particulas que vão alimentando a tua menor segurança e te vão sussurrando palavras que não percebes mas que retens como pequenos tesouros.
    São pessoas que vão alimentando o teu monstrinho dos medos no sentido em que o entretem com os seus susurros que tu tomas como já referi como tesourinhos. No entanto, isso não é real muitas das vezes. E por outro lado é muito bom, que o monstrinho se solte, te empurra e caias, porque só assim tu te constrois:

    dos sussurros imaginados, das expectativas defraudadas, dos medos, do machucarem teu coração... porque tu vais erguer-te e quando te ergueres é porque descobriste um pouquinho mais de ti e todas essas sombras passaram a ser o teu manto em noites em que a escuridão assola. Não são mais malignas: são aliados.

    Para mim cair é importante!:$

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