segunda-feira, janeiro 12

Cansado de ti

Ando cansado de pensar em ti. Pensar que existis-te e agora fazes-me chorar. Cada vez que penso só gostava de nunca te ter conhecido. Cada vez que penso em ti, fazes-me sofrer. Quanto mais me lembro de ti, pior fico. Fico mal com o passado, sinto-me mal comigo. Revejo na minha cabeça tudo o que aconteceu. Sofro num sufoco invisível. Falta-me o ar cada vez que olho para o teu nome. O teu nome faz-me lembrar coisas que gostava de esquecer. Esquecer que existes, esquecer a tua cara, o teu nome, a tua idade, a tua personalidade, tudo o que vi e aprendi contigo. Choro porque não sei o que mais hei-de sentir. Só gostava de nunca ter visto a tua cara. De seres mais uma pessoa desconhecida para mim. Só queria que cada vez que te vejo, fingir que não te conheço ou simplesmente que não existis-te na minha pequena e turbulenta vida. Onde luto e me aconchego do frio que faz fora do meu corpo. Desaparece. Não custa nada. Queria-te fora do meu coração, fora da minha cabeça, de cada pensamento que me faz sentir mal comigo, com aquilo que fiz, seja bom ou mau. Sou burro e continuo a sê-lo. Sou burro porque tenho as tuas mágoas cravadas no meu peito. As tuas falsas esperanças, as tuas brincadeiras que não gostava, sou burro e continuo a sê-lo. Talvez seja o medo de me deslaçar de alguém que tive. Fazes-me chorar. É como se a cada olhar teu, me cortasses o coração que bombeou sangue por ti. Metes-me nojo e não sei porquê, talvez por certas atitudes. Quero deixar de pensar em ti, mas a tua beleza "exterior" é demasiado valiosa para deixar de o fazer. Quero-te dizer o ultimo adeus, sou demasiado tímido e tótó, para perceber que já não és nada para mim, que já não quero ter nada haver contigo. A tua amizade mostrou-me que só me queres usar para o teu puro prazer de imaturidade. Culpo-te a ti, tanto como me culpo a mim. Pergunto-me se eu não tivesse feito aquilo, não tivesse decidido acabar, como seria a minha vida depois disso? Continuaria a sofrer da maneira como sofria? Decidiria conversar contigo? Ultrapassaria o medo da relação acabar? Enfrentaria a tua ingenuidade, que me faz pensar bem nos meus actos? Iria enfrentar a tua «superioridade»? A tua segurança que só me deixava sem palavras? Que me inferiorizava? Os amigos que tanto amavas a mais do que a mim? O amor que me faltou e tu nem te importavas comigo? Sim, culpo-me de tudo, porque eu é que sou o culpado de tudo isto ter acontecido. Porque não sabia dizer "não" mais vezes. Porque sabia que sempre que discutia contigo era motivo para deixares de gostar de mim. Porque era burro de mais para perceber que nunca chegas-te a dar valor ao que tinhas, e punhas defeitos em tudo, ou em nada. Usavas-me quando precisavas. Só pensavas em mim quando deixava de ter motivos para desconfiar de ti. Porque é dificil tornar uma pessoa como essas, não voltar a fazer o que sempre fez. Nem vou comentar nem dizer do que é que estou a falar. Fartei-me de me virem à memória os momentos que me fizeram sorrir, e momentos que me faziam ver que valia apena viver. Viver por um motivo. Tu. Mas estava errado. Estava demasiado fechado em mim para perceber tudo à minha volta. E talvez um dia destes, venha a pensar o mesmo que agora. Falo de ti... Começa a pensar porquê. Parece que não te importavas com nada. Sim sou o culpado e tu não és mais do que uma criança, tal como eu. Vejo o próprio mundo de forma diferente e interajo de forma diferente com ele. Por vezes quando me envias uma mensagem, ou me convidas para isto e para aquilo, começo a pensar que foi preciso ter acabado tudo para começares a dar valor ao que tinhas ao teu lado, do lado de dentro. Ou talvez tivesses do lado de fora. Sinto que fui mais uma pessoa na tua vida. Não te ouço, não te vejo, não te falo, não te sinto, à tempo suficiente para eu, dizer que me fazias falta, que te amava. Jurei que não iria haver ninguém a substituir aquele pequenito ser que foi mais do que tu. Porque ele não sei queixava, não se chateava, ouvia-me, e dormia ao meu lado. Vinha ter comigo a chorar às pontas dos meus dedos. Descansada e confiava em mim mesmo quando sabia que eu não lhe estava a ligar. Porque ele sabia que eu o amava e não precisava de lho dizer. Porque sentia o meu amor e sentimentos. E quando estava triste com as coisas, era o único em quem eu olhava e via a curta vida que tinha. Ela não era como tu!! Sim estou-te a comparar com um animal. Mas tu ainda consegues ser pior do que ele. Tal como eu o sou. Culpo-te dos sentimentos e das infantilidades que tinhas comigo. Esperava mais de ti, mas afinal...a criança fui eu, porque só via o brinquedo á minha frente e não via a vida mesmo ao meu lado a fazer barulho. Não sou o que pareço ser. Tinha medo de fazer o errado. O sentimento de culpa é maior do que as culpas que te ponho. Revejo-me em tudo o que aconteceu, nas minhas atitudes, nas minhas emoções, no que pensava, no que eu era para ti, e só encontro duas respostas. Eu, uma pessoa tímida e sem experiência de vida, sem vinho no estômago, sem a música das discotecas, bares, cafés, nos ouvidos, sem os inúmeros namoros e curtes no peito, cravadas como espinhos. Fazes-me sofrer cada vez que olhava para dentro de ti, e olhava para a vida que tinhas. Tão nova e já viveu mais do que eu. Vives-te por fora. Percorres o mundo para ver o que não tens dentro de ti, tentando desesperadamente de conseguir encontrar um lugar acolhedor. Eu sou capaz de ser o contrário. Percorro o interior para ver o que me falta, para poder encontrar o que não sou capaz de aceitar totalmente, mas me acolher. Tinhas as capacidades para ser a melhor pessoa que eu conhecia. Mas falta-te o que não consegues ter. Dar o que te dão. Em vez de quereres tudo só para ti. De me pedires à força toda, o amor que tinha, mas que aos poucos desaparecia. Olho para mim e comparo-me com o que és. E vejo uma enorme diferença. Senti-me posto de lado. A final o que era eu para ti? O que eras capaz de fazer por mim? Estou-me agora a lembrar de uma coisa que me perguntas-te. Não acredito que era preciso ser tão frio para me fazeres tal pergunta e responderes logo a seguir à minha resposta. Quero fugir com o meu coração. Quando me envias SMS, parece que queres voltar a ter-me ao teu lado. Mas não sei se voltaria para ti. A única coisa que quis que mudasses era a tua maneira de defensiva quando falavas para mim, e que parasses de te encostares a mim a pedir-me ou a aproveitar-te da minha ignorância sem me dar nada em troca. Fui só mais um dentro de muitos que tu já comeste não fui? Tenho nojo de mim, é uma palavra forte, mas é isso que eu sinto quando me vejo ao espelho e penso em tudo o que aconteceu entre nós. Foi lindo sim, sem dúvida, faltou a outra parte. Mas isso já tu sabes o que é. Fartei-me da tua existência. Não mereces nada. Só não peço o boneco porque...Porque... --'

Tenho a liberdade que tu não tens. Tenho a liberdade e família que tu gostavas de ter. É isso? Será isso?
Sentia que te afastavas de mim cada vez mais. Tenho pena de que a nossa realidade seja diferente. Sê feliz. Porque eu vou superar tudo. Nem que tenha de perder todos os membros, ou de ficar paralítico numa cama a borrar-me todo. Vou conseguir!! Não me importa quantas frases eu preciso de dizer, para me fazer sentir valer a pena continuar a viver com o mundo com pessoas como tu e eu. Porque se sentisses realmente a essência, apercebias-te da pessoa que estava ao teu lado. Deixarias de te defender e passar a amar-te tanto a ti como a mim. O que sentis-te por mim foi uma mera paixoneta, que pouco depois de 2 semanas passou. Posso ser o pior rapaz do mundo a namorar ou até beijar ou entender a outra pessoa. Mas nunca te faltou aquilo que tu nunca tiveste e nunca terás... Tentei ser o melhor namorado do mundo depois de tantos que tu tiveste. Queria ser o melhor. Mas fui burro. Tenho de acordar mais uma vez. Talvez assim deixes de existir cá dentro como uma espécie de vidro que me corta as veias.

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