quinta-feira, julho 24

O ser querido

Rita, a minha filha mais querida e linda do mundo. A Rita nesta história tem 6 anos.

Bem esta história a começa, quando saímos de casa num dia com algumas nuvens e com o sol envergonhado por de trás delas, mas o importante é que estava um dia cheio de raios de sol. =)
Portanto, Eu a Inês e a nossa filha Rita íamos dar uma volta pelo parque.

Ela começa por se vestir à trapalhona. Mesmo à atabalhoada. As calças viradas ao contrário, e a camisola também. Enfim estava a tentar ser engraçada.

- Olha para mim pai!
- Diz fiz.
- Já estou vestida vês.
- Ó Rita pára com isso e vai-te vestir como deve de ser, se faz favor, que é para não te obrigar.
- Oh, ó pai fogo, tu também. És mau, já não gosto mais de ti.
- Olha eu importado com isso. - Digo eu no gozo. xD

Aparece a Inês de fato de treino azul.
- Que é feito da nossa filha?
- Foi-se vestir, estava a armar-se em engracadinha, vestiu tudo do avesso. Sai mesmo ati Inês. ^^
- Ai agora a culpa é minha, tu é que tens sempre esse ar sorridente e és tu que a levas a fazer estas figuras. A culpa é tua.
- Pronto é nossa, vá que eu gosto muito de partilhar a minha culpa com os outros. ^^ - Digo eu a rir e beijando-a.
- Rita? Anda lá filha.
- Já vou mãe, só me estou a calçar.
- Rápido anda lá.

Após alguns minutos lá vem a Ritinha a correr até que... subitamente calca uma ataca desapertada e tabums, cai ao chão.
- Ó cachopa tem calma a correr, não vais chegar atrasada a nada tem calma.
- Possas, e vocês ficam ai quietos a ver-me cair não é?
- Rita tu é que és uma trapalhona e pronto não digo mais nada para não nos chatear-mos.
- Vá para o carro ó menina.
- Oh fogo, tá bem. Diz ela num tom cabeis baixo a olhar para o chão e com a cabeça entre os ombros.

Chegada ao carro. Diz a Inês.
- Põem o cinto Rita.
- Já tá posto mãe.
- Vá vamos lá então dar uma volta.

Lá fomos para o nosso destino.

A menina Ritinha tola como a mãe tirou o sinto e abriu a porta e foi a correr para o parque.
Nem viu o carro que vinha na direcção dela.
- Ó Ritaaaaaaa! Grita a mãe desesperada.

Ela repara no carro e corre o mais depressa que pode para a outra berma da estrada.
Fica lá quieta a olhar para baixo, amuada, e chorar e a soluçar de medo que a mãe lhe bata.
- Rita que foi aquilo? - Pergunto eu numa voz calma.
- Foi, foi, foi... Fui eu que atravessei sem olhar papá. Diz ela a olhar para mim com aqueles olhinhos a pedir para não lhe bater.
- Então e o que é que devia ter feito?
- Devia ter olhado para os lados para ver se não vinha nenhum carro.
- Exactamente! Se sabes que a tua mãe não te gosta de ver a atravessar a estrada a correr sem olhar para os lados, o que é que achas que te vai acontecer?
- Que me vai bater no rabo ou na mão. Diz-me ela cheia de medo naquelas olhinhos azuis, ao mesmo tempo que enrosca um pé no chão e enrola a camisola no dedo indicador.

- Vem cá Rita Maria!!
- Desculpa mãe. :( Desculpa, eu devia ter olhado para os lados. Desculpa!
- Dá-me a tua mão.
- Ó Mãe, não, eu ja aprendi, não me batas.
- Dá-me a tua mão Rita, não me faças pedir novamente.
- Por favor.
A Inês assustada e com o medo misturado com raiva, pega na mão da filha e dá-lhe dois valentes estaladões mesmo na palma da mão.
- Uaaaa, uaaaa. - Cala-te ou apanhas mais.
- Sniff, sniff.

Ela vem para perto de mim, segurar a minha mão direita.
Fica mesmo enconstadinha a mim. Cheia de medo da mãe.
Ela sabe que a mãe não é de bater, mas como ela só faz coisas que não devia, então a mãe fica assustada e exaltada e oferece-lhe porrada, mas muitas vezes só ameaça, e não bate.
Ela não é de bater, mas jazus quando bate, é mesmo para bater.
A Rita, só tem medo da mãe por ela bater, porque de resto ama-a do fundo do curação.
São mulheres e elas sabem entender-se :)

Vai lá brincar. Diz a Inês num tom calmo e amigável com o sorriso na cara.
A Rita, vai para os baloiços, e a Inês vai correr durante um bocadinho pelo parque.
Eu fico com a Rita a ajudá-la a andar de escorrega e a empurrar o baloiço.

- Empurras-me pai?
- Sim! Põem-te no baloiço e segura-te. - Empurro-a devagarinho.
- Uyiiiiii, estou a voar. Uyiiiiii olha eu a vomitar xD - Diz ela toda contente mas no gozo.
- Vê lá é se sujas os outros meninos.
- Não. ^^

Durante alguns minutos a andar de baloiço, ela decide ir andar de escorrega, mas de uma maneira diferente. Ela quer subi-lo.
- Que estás a fazer?
- Estou a escalar o escorrega.
- Vê lá se cais.
- Não! Diz ela ironicamente.

Lá anda ela a brincar por todas as construções do parque toda alegre.
Até que ela me pede para eu lhe dizer como é que se faz uma coisa.
Ela quer subir uma parede feita de rede, e quer passar para o outro lado.

- Olha tens de por um pé aqui, e outro aqui, e as mãos aqui e aqui, e depois vais subindo e fazendo força com os braços para conseguires subir. Quando chegares ao topo eu já te digo o que tens de fazer.

Ela começa a olhar para baixo e começa a ter medo das alturas.
- Pai tenho medo. Vou descer.
- Já? Já vais desistir? Continua, não olhes para baixo, olha para onde pões as mãos.
- Não consigo pai.
- Vá só te faltam 2 degraus.
- Já cheguei e agora? Diz ela com uma voz assustada com o medo de cair dali a baixo.

-Agora passa agarra-te bem e passa uma perna para o lado de lá.
Eu vou estar-te a segurar do outro lado.
Vá faz isso devagar, não estejas com pressa.
- Tá bem pai.

Lá o fez com cuidado e muito devagarinho. Tão devagarinho que parecia que estava a passar por um posso cheio de crocodilos adormecidos. Lá vai ela a descer por ali a baixo com a pressa de se livrar daquela coisa que a fazia agarrar à vida com unhas e dentes. Era pequenina mas já sabia que se arriscasse demasiado sabia o que podia acontecer.
Peguei-a ao colo, e ela soltou um sorriso daqueles de orelha a orelha. Parecia que estava feliz por eu a estar a agarrar ou a ter ali perto dela. Foi emocionante este dia. Ela aprendeu mais uma lição para a sua vida. Ela quer sempre mais. Pergunta sobre tudo e todos, sobre isto e aquilo, do porque e do como.

Era uma rapariga simpática, mas muito arisca.

Entretanto a Inês parou de correr e veio para perto de mim.
- É tão bonito ver a nossa filha assim entretida com as coisas, e aprender coisas novas.
- Se é, é agradável e emocionante vê-la a descobrir e a aprender as coisas novas. Sem duvida mesmo.
- É bonita a nossa filha não é? - Diz a Inês encostando a cabeça dela na minha como sinal de repouso.

Acabo assim esta história.
Entre os olhos xD

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