quarta-feira, julho 16

Desespero pela coragem

Visto que nos últimos dias, todas as pequenas historias que tenho escrito sobre a Inês, ela tem sempre sofrido e eu para não a querer ver sempre triste e a sofrer. Vou eu desta vez fazer de coitadinho. Vamos lá então.

Certo dia estávamos nós dois eu e ela.
Nós dois eu e ela, vá!

Era de noite, e estávamos de mãos dadas, a andar pela rua, e aparecem dois moços, dois rapazes vá. Um com uma navalha e outro com uma Pistola.

Primeiro viram que tinha caparro suficiente para eles os dois e não me fizeram nada.

- Isto é um assalto! Ó Puta passa para cá as tuas coisas e tu também ó puto.
- Não ouviste o que ele disse? Dá-lhe a merda das coisas.

Um deles pegou no braço da Inês com tanta força, que até e via a mão do rapaz a ficar vermelha.
- Larga-me estás-me a aleijar! Pára com isso. Pedro ajuda-me! :(

A minha reacção foi de lhe dar uma pancada no pulso.

- Então pá? Mas agora armas-te em Herói é?
- Sabes o que acontece aos Heróis? MORREM!
- Queres morrer?
- Tudo bem. Tudo bem.
- Pedro que estás a fazer?
- Calma Inês. Calma.
- Calma? Está dois gajos a apontar armas a ti e tu dizes para eu ter calma?
- Mau, mas agora os namoradinhos vão começar a discutir aqui?
- Vá passa para cá o que trazes contigo.
- Queres o que eu trago comigo? Mata-me primeiro. (Referia-se à Inês)
- Ai é Heroi? Tenta dar um morro! (o sujeito da navalha)

Eu defendo-me e o gajo fica deitado no chão a queixar-se. O outro gajo vem ter comigo para me dar um tiro e andamos ali numa luta renhida, eu para lhe partir tudo o que encontrar, e ele para me dar um tiro.

Caímos ao chão.
- Parem com isso. Socorro, socorro.
- Inês vai-te embora. Corre. Foge daqui. JÁ!!!!
- Não Pedro, não me vou embora sem ti. (Pum!!!) - (Auuuuu!!!)

A Inês grita de aflição.
Eu tinha levado um tiro num braço.
O gajo, vai-se embora todo esmurrado na cara, e com nódoas negras no corpo todo.

- Pedrooooooooo! Estás bem?
Onde é que foste atingido?
- Inês ajuda-me.

Ela ajuda-me a levantar.
- Tanto sangue Pedro.
- Tem calma Inês, isto não é nada.
- É sim, se está a sair sangue, é porque não é bom. Vá vamos para o hospital.
- Rasga um bocado do teu vestido ou do meu, para servir de garrote, para estagnar o sangue, se não morro pelo caminho.

Sassss - Isto serve? Dá-cá o braço!
- Aiiiii!! Cuidado, isso aleija.
- Ainda á pouco estavas no chão a levar morros e também não te queixavas. Es um bebé mimadinho é o que é. Pedro Tolo. Obrigado por me teres defendido.
- Ó Inês era o mínimo que podia fazer para nós os dois. Mas Não tens de quê.

Rimo-nos durante um bocado.

Fazemos cerca de uns 500 metros, e Caio no chão mesmo quase a perder os sentidos.
O Garrote não estava a fazer efeito.
- Pedro!
Espera vou chamar uma ambulância.
Onde é que estamos? (ele olha em volta á procura de sinais)
Vá aguenta que ela está mesmo a chegar.

A ambulância chega e sou levado para o hospital e entro na parte das urgências.
Como é um ferimento de bala, passo primeiro que os outros que estão á espera, salvo seja acidentes de carros ou assim. (estou a inventar atenção)

- É a namorada do Pedro?
- Sou sim Sr. Doutor.
- O Pedro, estava em vias de perder o braço, mas milagrosamente a bala apenas passou na parte mais superficial da pele apenas atingiu um musculo, mas com fisioterapia ele recupera bem, e volta a estar em forma. Mas ele agora precisa de repousar.
- Mas posso vê-lo Sr.Doutor?
- Sim claro que pode, ele só não pode, é mexer o braço. (Pronto assim inventado á pressão, é o braço esquerdo que está ferido)

- Pedro, foste tão corajoso mas ao mesmo tempo, tão parvo. Podias ter morrido caralho.
- Ó Inês. Desculpa, não te queria por nesse estado. Só não queria que te fizessem mal.
- Está bem mas... Podias ter dado o dinheiro assim não ficavas neste estado não era?
- Pronto desculpa Inês. Vá abraça-me, mas com cuidado ^^.
- Inês?
- Sim Pedro.
- Esta era a minha luta.

Um mês depois do tratamento ao braço, fui para a fisioterapia, onde a Inês sempre me acompanhou até ao final dela.

Uma semana depois da recuperação total, encontrámos os mesmos indivíduos num café a rirem-se um para o outro.
Viram-me, e ficaram calados a olhar para mim do género:
Este gajo merece o nosso respeito. Admiro-o pelo que fez pela namorada.
Foda-se provavelmente nem eu seria capaz de fazer isto pela minha ó pá. S

Segui o meu caminho, e por momentos ignorei a sua existência.
A Inês quando os topou, agarrou-se mais a mim, ficou mesmo coladinha, e segredou-me ao ouvido: Pedro estão ali aqueles... - Eu sei Inês eu já os vi. Eles desta vez não te fazem mal.

Foi uma lição, tanto para mim e para aqueles dois gajos, como também para a Inês.
Deve-se lutar pelo que queres, puxar-mos ao limite, nunca desistir.

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