Quando os diamantes caiem ao chão tudo parece cair com eles. Tu mãe que me tiveste durante tanto tempo, tantos meses dentro de ti, que sempre cuidaste e protegeste como se fosse um braço teu. Na realidade para sou um bocado bastante grande do teu coração, do teu corpo. Se caísses ajudar-te ia, assim como sempre fizeste tu comigo, nos bons e maus momentos. A tua maneira de lidar com a vida mostrou-me tanto, ensinou-me tanto. Ensinas-te-me as coisas mais simples às mais complicadas que teria um dia mais tarde de enfrentar. Preparaste-me para certas coisas mas para outras não. Sempre quisestes que corresse um certo risco. Mas no fim de tudo, no fim desta vida, eu sou o teu bebé. Não importa a idade que tenha, se 10 meses, se 24 anos ou mesmo 60 anos de idade, aos teus olhos serei sempre o teu bebé, o teu delicado e precioso pedaço de coração.
Pai. Tu sempre esticaste a mão para me ajudar. A tua voz sempre foi a da razão, da compreensão, do entendimento entre pessoas. Pergunto-me o que fazia se não tivesse um pai como tu e se não tivesse a mãe. Sei que sempre fiz coisas malvadas, mas lá estavas tu de mão esticada para me apoiar, para me ensinar sobre as coisas boas e más. Apesar de manteres uma rédea comprida, soltavas-as sempre com regras. Não eras como a mãe que sempre interrompia os melhores momentos. Davas a outra face para que eu pudesse correr os meus riscos, podendo cair para que assim pudesse aprender a levantar-me e quem sabe, talvez no futuro cair de outras maneiras sem que me magoasse tanto. Tanto a ti como à mãe sempre admirei a vossa capacidade de criar dois filhos em dificuldades tão difíceis. Davas oportunidades para me aleijar para que pudesse aprender com os meus erros. Não me davas o peixe sem antes me ensinares a pescar. Não me davas as coisas sem antes me mostrar o valor delas.
Só espero que nunca vás com a corrente, que no reflexo do espelho não deixe de ver os olhos do meu pai no meu rosto e o sorriso da minha mãe nos meus lábios.
E quando olhar pelo canto do olho puder ainda lembrar-me de vocês.
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