terça-feira, agosto 14

confusão de consciência

A misericórdia dos afectos chega a apontar-me o dedo da culpa. Mas eu já sei como é a vida. Ela é crua e dura e torna-se difícil quando alguém aponta o dedo da culpa. Sabendo eu a culpa que tenho, as coisas que fiz, as coisas que faço para a ter. Mesmo que me arrependa de as fazer uma vez, volto a fazer algumas outra vez, até que chegue a um ponto em que decida acabar com essa culpa para sempre. Depois de tudo acabado, lá vem os remorsos e uma culpa nova. Uma culpa que não existia. As memórias soltam-se como os pássaros saídos das árvores. Tudo se altera e para trás fica uma dor estranho, uma memória que agora me dá um incómodo, uma preocupação, um certo mau estar por me aperceber das coisas que um dia poderiam acontecer se levasse com as coisas a diante. E assim as coisas ficam a povoar na minha cabeça à medida que os dias passam e me apercebo que muito poderia eu vir a sofrer.

É deixar passar. Engolir, tratar e resolver os problemas da melhor maneira. Até que as coisas fiquem de maneira que não me lembre mais do que fiz. (o que é difícil)

1 comentário:

  1. Ainda bem que a culpa existe! Com ela podemos reavaliar nossos atos e nossas possíveis intenções. O remorso, quando nos permitimos a isso, nos ensina a ser pessoas mais humanas. A culpa, assim como o medo, é um sentimento que nos chama a atenção para o que somos, o que fazemos e o que buscamos.Gostei muito do texto.

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