Sinto falta do sol. Sinto falta de todas aquelas caras que num ontem passado cheguei a conhecer. Tenho saudades dos tempos em que era criança e corria pela rua de mão em punho, brincando aos índios e cowboys. Ou até mesmo quando alguém trazia uma bola e tomávamos o pátio da escola de assalto para partilhar todos aqueles toques que iríamos dar na bola nessa tarde. Sinto-lhes a falta do passado. Aquela infância que já ninguém ma pode tirar hoje. Porque a tive. E tenho uma certa tristeza que me invade a mente, por imaginar como será a infância dos meus filhos nesta era em que nos fechamos mais vezes em casa durante o dia e saímos mais vezes à noite. É com isso que mais me preocupo. Mesmo assim, tentarei, dizendo-o hoje, que farei os possíveis, e sei que o mais certo é só chegar a fazer um terço do que disser aqui hoje, que brincar mais com ele, lá fora na rua, jogar à bola a tarde toda, ou ir fazer pequenas expedições em cima da bicicleta, se elas ainda existirem...
Se algum dia sofrer de desgostos por já não poder fazer as coisas que faço hoje, é porque estarei velho e cansado de mais para as fazer.
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