quinta-feira, maio 26

Na noite em que me senti aliviado do coração...


Na noite em que me senti aliviado do coração, foi quando ouvi o céu chamar o meu nome, e as estrelas a apontarem a sua luz para mim. Soltei então todo o ar que retinha nos pulmões até esse dia. Todo aquele ar que não deixava sair, por ainda me querer lembrar do passado. Decidi deixar tudo sair, sem conter nada. A Lua sabia o meu nome, e dizia que eu deveria era estar a correr, a fugir dela. Perguntei-lhe: "Deveria eu acreditar em ti?" Nada respondeu, não liguei e esqueci tudo o que me tinha dito. Não irei acreditar nas suas palavras, pois apenas preciso da sua presença à noite. Mesmo não lhe podendo tocar, muitos são os dias, em que a quero ao meu lado, para que me cuide com a sua magia, todas as nódoas negras que o meu corpo ganha durante o dia. Preciso dela viva, e ela de mim, precisa para lhe dar carinhos nas bochechas rosadas, ou diria eu, negras como a escuridão da noite, quando o sol se esquece de por o despertador para o acordar. 

Serei eu rápido o suficiente para fugir dos meus medos, ou irão eles apanhar-me? De nada me vale fugir dos meus medos. Posso abrandá-los durante dias, semanas, meses, anos, ou uma vida inteira, mas sei que todos, me irão apanhar enquanto no meu corpo houver vida. É por isso que acordo juntamente com o sol, e fico à noite, ao lado da Lua, para que me proteja o coração, de todos os sorrisos de todas as rapariga que me olham. De todas as raparigas que sonham comigo de noite, levando a sua mão ao peito. 

Ó Lua; Deixa-me envolver-te com este meu beijo. Devolve-me um abraço no meu corpo gelado. Torna-o quente, e não me largues, até que o sol não acorde. Na noite em que me senti aliviado do coração...

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