A cada dia que passa.

A cada dia que passa, ficas mais próxima. Ficas mais feliz, mais forte. Quanto mais perto estamos nós da morte, mais tu me mostras as tuas mentiras. Quanto mais perto dos portões do céu e do inferno estamos, insistes em mostrar de que é feito o teu coração. Fechamos os olhos, damos as mãos. Tentamos manter a calma e deixar de lado todos os nossos medos. Mas o teu coração está a sair-te pelo peito com toda a força que ele tem. E eu vejo-o a querer sair do teu corpo, por te saber de cor. Por saber que o corpo, não tem qualquer força para aguentar com tudo o que vamos enfrentar. Quer habitar dentro de mim. Apertas-me com força a mão esquerda que te dou como apoio e tu, a tua direita, para mostrares que estás comigo, que precisas de mim para te ajudar. Tudo à nossa volta explode. Vai-se a luz, apenas o escuro se deixa ficar. Não há espaço, nem tempo, nem uma qualquer pontinha de luz ou côr. Tudo se ficou por ali, negro diante de nós. Avanço à tua frente em plena escuridão, encarando o medo, sem qualquer medo expresso na minha cara. Faço-o por ti. Procuro naquele vazio, uma porta, uma parede por onde me possa guiar. Se o medo em forma de monstro aparecer e eu lutar contra ele. Seja ele o teu ou o meu medo, proteger-te-ei. Só para que chegues ao final deste mundo e leves dentro de ti, uma parte de mim. Tanto na barriga, como nos teus lábios. Se só tu te safares, saberás voltar para casa?

Se assim temos de morrer, então que te beije já, só para te deter nos meus lábios uma ultima vez. 

Vou ter saudades do teu sorriso.