sexta-feira, abril 8

Vais sorrir e ser feliz. Promete-me apenas isso.


Tenho saudades da maneira de como éramos loucos um pelo outro. Pela juventude que nos corria pelas veias do corpo. Tenho saudades de como quando nos chateávamos e desatávamos aos beijos no momento seguinte. Tenho medo de começar algo novo. E se nada for como antes? Se os beijos não souberem ao mesmo? Os braços não me rodearem da mesma maneira? Os olhos não me lerem como costumavas fazer? A sua ponta dos dedos não me tocar com a mesma delicadeza e loucura que os teus faziam cada vez que me tocavam.

Na minha cabeça, ainda tenho a ideia de que gostas de mim. Que as saudades te atacam o coração, como me atacam a mim. Ou então não. Porque penso em ti. O sol continua a aquecer-me na tua ausência, como se me tivesses a acolher nos teus braços. Eras um respirar. A verdade de um sonho que por tantos anos sonhara na minha cabeça. A testa arde, está quente e não quer ir embora. Pesa-me a cabeça, e à minha cabeça vêem milhares de pensamentos. De momentos que passei contigo. São imagens, vídeos, momentos, que passam tão rápido. Recordei as coisas que tinha feito no passado. As muitas coisas que aconteceram ao teu lado. Eu sou maluco. Antes, não precisava de olhar para as estrelas. não precisava de sair tantas vezes de casa. hoje, saiu à noite de casa, e vou para o telhado do mais alto prédio da minha rua, só para estar próximo das estrelas. Só para as poder ouvir melhor. A falarem-me de ti. Como tu tens estado. Como os teus sorrisos continuam tão brilhantes, tão contagiantes e inofensivos. Falam-me de ti. Dos teus novos amores. De quem agarras a mão. A quem beijas tu com esses lábios. São desejos que sempre estejas feliz, mesmo sem mim ao teu lado. 

Sinto-me amaldiçoado por alguma coisa que está dentro de mim. O melhor que posso fazer, é seguir em frente, guardando num canto do meu coração as memórias que vivi contigo. De nada me vale pedir desculpas sobre o teu coração. Mesmo limpando as lágrimas que soltas sozinha deitada na cama, debaixo dos cobertores, mesmo que esteja calor, ficas. Se não ficas era o que mais me apetecia fazer. Chorar e gritar sem que ninguém te possa alguma vez ouvir que um dia fizeste tal aberração. Caso não seja esse o teu pensamento. É o meu. Querer atirar-me dos céu e caia na terra milhares e milhares de vezes. Não quero morrer, nem muito menos sofrer. Quero ver apenas a vida a passar-me diante dos olhos todas as vezes que tentar fechar os olhos e pensar em algo bom, e nesses momentos me apareças tu. O teu sorriso, ou os choros que fizeste comigo naquele banco do jardim.

Isto tudo não é um querer voltar. É um seguir caminho. O mais aleijado ou horrível, perder o coração num dos buracos que o caminho tiver. Partir todos os candeeiros que por ela a fora existirem. Deixar cair do bolso todos os afectos, todos os mimos que um dia guardei para dar a uma menina especial, tal como tu.  Partir todos os raios de sol que me envolvem o corpo. Pintar de negro o céu da manha. Cortar o frio da lua. Rasgar ao meio cada buraco da lua. Gostava mesmo de poder chegar ao céu e de lá tirar uma estrela. Espeta-la no tecto do meu quarto. Tudo para me relembrar das coisas boas que já vi com raparigas, não tão boas como tu.

Vais sorrir e ser feliz. Promete-me apenas isso.

2 comentários:

  1. A muito que sigo o teu blog..hoje decidi comentar!

    Este texto tem tudo haver comigo... simplesmente adorei! tens muito jeito *

    Márcia ;)

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  2. Olha, Pedro, eu não me quero intrometer na tua vida, mas parece-me que não compreendes algo que acho muito importante.
    É que o amor... pá, é único. Cada sentimento não se repete e difere do outro, por isso por mais que venhas a amar outra rapariga duma forma tão ou mais intensa... será diferente. Ama-la-ás por motivos diferentes, por diferentes características e o sentimento será igualmente diferente - e não falo em maior ou menor, falo mesmo em diferente. Sentirás de forma diferente, saborea-la-ás de forma diferente, admira-la-ás de forma diferente.
    Reteres-te no medo de ser diferente numa próxima vez só fará com que procures em cada rapariga que encontres as características da tua ex-namorada... e à mínima divergência entre as duas repeli-la-ás e a ignorarás, ignorando uma futura felicidade que poderias ter. Torna-se uma espécie de obsessão por um conjunto de características que nunca mais se repetem - porque não há pessoas iguais, por mais semelhantes que pareçam.

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