sábado, março 12

Precisamos sim, é de consciência.


Como posso eu sonhar, ou pensar no meu futuro, mesmo guardando o dinheiro que recebo do trabalho. Se, as coisas estão mais caras?  Ser o desemprego está mais perto do que eu imaginava (dia 31, lá volto eu a ser mais um numero das estatísticas de desemprego jovem)? Gostava de comprar o meu primeiro carro, mesmo que o preço seja baixo, a gasolina continua a aumentar. Então de nada me vale gastar dinheiro no carro, se não tenho dinheiro para poder andar com ele. Os problemas em pagar as coisas no final do mês torna-se mais difícil, porque os bens de primeira necessidade estão mais caros, ou então, não os há. Ou porque as empresas que fornecem esses bens, fecharam as portas, ou então, está demasiado caro para que estas empresas consigam sobreviver, tendo assim de despedir trabalhadores, para poder ainda de algum modo, ter o seu bem nas prateleiras ou dar esses bens como garantidos às pessoas.

Torna-se difícil para mim pensar no meu futuro a nível profissional ou mesmo a estudar. Os pais não podem pagar a vida dos filhos até ao fim. E os filhos não vão poder estudar tanto como queriam. Se bem que hoje em dia, quem tem cursos, vê-se mais depressa na rua do que quem não os tem. E mesmo quem não os tem, facilmente se vai embora, porque a desculpa da empresa, é que quer pessoas académicas. Está difícil sobreviver aos aumentos das coisas. Mais difícil está sobreviver na miséria em que já estamos à mais de 10 anos. Hoje, já são poucos os ricos. Já não há distinção entre ricos e pobres. Criou-se uma nova maneira de diferenciar as classes sociais. Os que podem pagar, e os que sobrevivem.

Ainda quero acreditar, que o ordenado mínimo será de 600€, e os impostos serão bem mais baixos do que são agora. Para não falar de que, os políticos, sendo trabalhadores como qualquer outro, deverão de igual modo, receber o ordenado mínimo, independentemente dos cargos, elevando assim os ordenados de quem realmente trabalha para o bem do cidadão comum.

Temo que os dias em que tomar banho será só para os ricos, ou será tomado nas margens dos rios. Que o comer volte a ser comido no tampo da mesa em vez dos pratos de cerâmica como hoje. Volte a ser comido à mão. Deixe de haver água potável, luz e comida, porque as empresas não têm dinheiro para permanecer abertas. Teremos as estradas novamente apinhadas de cavalos, burros, vacas, servindo como meio de transporte. 

Não precisamos de nenhum Sebastião. Precisamos sim, é de consciência e atrevimento para mudar o que está a deixar o país na penúria.

3 comentários:

  1. É uma tristeza tais acontecimentos, vemos aquele futuro desejado totalmente imperfeito. Totalmente.
    Ainda não cheguei a tal ponto, estou em estudos, mas não sei o que este futuro que todos projectamos esconde... resta a esperança, mas essencialmente o esforço.
    Temos de lutar, não baixar os braços. Acreditar, mas lutar por tal. Não sermos apenas portadores passivos de sonhos, mas sim activos. ;)

    Aproveito, que por aqui passo, e divulgo o meu novo (antigo) blogue. Digo antigo porque já foi criado há uns meses, mas só foi totalmente inaugurado à poucos dias: trata de um novo projecto meu, em que a sociedade é vista com humor, com ideias, com críticas:

    http://coisasaquiecoisasali.blogspot.com

    Visita, e se gostares segue (tens o Facebook também, na barra lateral, se quiseres).
    Esperamos por ti. :)

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  2. A realidade é dolorosa... uns trabalham sem certezas de continuidade no emprego no futuro; outros estudam sem saberem se quando acabarem o curso ou liceu, se vao arranjar um futuro para si, e para a sua vida. O dinheiro neste momento, desaparece muito depressa, não dura nas mãos de uma pessoa.
    Já ninguem pode fechar os olhos a esta crise.

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  3. A manifestação da Geração à Rasca, colocou-me a pensar em coisas que já tinha pensado a algum tempo, mas agora com mais enfase.. exactamente os mesmos pensamentos que tu

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