domingo, fevereiro 14

Sou delicado

Não queiras provar das minhas selvagens palavras. Prova antes os meus lábios, são mais doces, são delicados em/com tudo o que tocam. Teima. É agora que tu deves chorar, para que tenha pena de ti, te segure nos braços, te beijei como nunca beijei ninguém, e de mim, o extremo bater do coração, se faça sentir e ouvir pelas paredes de pele que o cobrem. Vou-te por a voar, vais desejar nunca mais aterrar em terra firme de tons acastanhados. Diz-me o teu nome menina. Olha-me nos olhos, suspira, geme tendo em atenção ao enorme barulho que poderás causar aos meus ouvidos. Eles são frágeis como vidro. Cuidado menina. É aqui, pode ser? Neste local escuro e escondido de tudo. Transforma-te em borboleta menina. Transforma-te em borboleta. Quero contemplar essas asas. Espera, antes de ires, poderei eu, sentir por um bocado os teus lábios? Sentir a tua saudável carne bem aconchegada nas cochas? Ou, poderei também eu, ver o corpo que trazes por de baixo dessas vestes coloridas??

E em borboleta se transformou.

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