quinta-feira, janeiro 14

Não és real.

Trás de volta, o frio, que faz o ar que sai dos nossos pulmões ser visivel, numa nuvem branca. Pensamos nós: "Olha eu a fazer nuvens, como aquelas que pairam no céu." Trás de volta as palavras de conforto que tanto gostavas de me dizer ao ouvido, enquanto te abraçava com cuidado, na esperança de não te esmagar nenhum osso ou o coração pequenino, que conseguia fazer tanto. Ando farto. Farto de falar sobre ti. Sobre a pessoa que imagino existir e que quando acordo nas noites de tempestade, ou onde o silêncio força em entrar pelo quarto dentro, faz-me aperceber de que não existes e que tudo não passam de sonhos e de alucinações. Eu. Eu crio-te, como nunca criei mais ninguém. És tu, muita gente, muita coisa, muita ... coisa... Eu imagino-te, invento-te, quero tornar-te real. Quero que sejas uma menina de verdade. Como o Pinóquio o queria ser. Eu quero que sejas real. Quero que sejas real e não letras e imaginações em sonhos e pensamentos que tenho dia-a-dia, num "pesadelo" constante de te tentar encontrar. Pensado que um dia terás vida e eu, como que por magia te irei encontrar, sentada, abandonada, esperando uma alma de cores garridas, chegue perto da tua pessoa e te dê um forte abraço, fazendo-te sentir uma princesa acabada de resgatar pelo seu príncipe, que à muito cavalgava, na tua direcção, sem mapa nem ideia, de qual o melhor caminho a percorrer para salvar o teu coração do silencio que consumia cada pedaço desse teu... Desse...

Eu quero-te. Eu juro que te quero. E tenho medo. Medo que as coisas se atrofiem, se modifiquem, ou que a pessoa que sou, deixe de o ser quando te encontrar, porque já não terei razão de chorar, ou pegar no coração e bater-lhe com força, a ponto de o fazer parar vezes e vezes sem conta, por querer esquecer e não querer sentir que o que sinto, não é real, mas que parece tão... Tão real. Sou Rei, num mundo que não é meu. Num mundo que onde tu não existes. Onde o barulho que o teu coração faria, não se houve. Os teus risos e suspiros. As palavras que dirias, e aqueles que ouvirias. Mas não existes. Não existes aqui. Não existes no mundo. Não existes cá dentro, porque não és real.

6 comentários:

  1. Limito-me a dizer o que penso, apenas isso!

    Está sim, gosto da forma simples como escreves ainda que a compreensão possa ser mais complexa. Transmites aquilo que sentes de uma maneira bonita :)

    Às vezes não adianta tentar procurar, as coisas mais cedo ou mais tarde acabam por vir ter conosco. E um dia, quando menos esperares vai ser real. Vais ver que sim :)

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  2. Tu escreves lindamente!
    Fiquei maravilhada com certos textos que li aqui no teu blog.
    parabéns :)

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  3. Sempre as ordens :b
    Com tanta gente a dize-lo e a dar força ainda melhor.

    "Esperar é uma virtude" Nunca te esqeças disso, depois és compensado! =)

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  4. Não tens que agradeçer.
    E gosto mesmo, mas mesmo muito, da forma como escreves, e do sentimento que flui em todos os teus textos.
    Começei por ler um, e a vontade de ler todos foi cada vez maior :)
    Escreves lindamente, sim. Com todas as certezas que sim.

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  5. A esperança nas tuas palavras é digna de ser compensada. Hoje pode não ser real mas amanha poder sê-lo... Não desistas daquilo que te inspira. Nao descanses enquanto nao encontrares a mulher dos teus sonhos :)

    Beijinhos
    Adorei**

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  6. Tens sempre aquele jeito, aquela magia em cada palavra, e é isso que me prende aos teus textos :D

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