quarta-feira, janeiro 13

Esta rapariga está em chamas..


Ola Júlia, sente o frio das minhas mãos, a apalparem-te as orelhas, enquanto te vais calçando. Corre meu amor, estou à tua espera à porta de nossa casa, para podermos sair lá para fora. Só vou se também vieres. Vamos para a noite, apedrejar as goelas de vodka e martinis até às tantas da madrugada. Sair dos bares, entrar nas discotecas, dormir num canto qualquer perto da ponte. O nosso lugar secreto para os fazeres das coisas que mais ninguém tem de saber, além de nós. Tanto faz, rapaz ou rapariga, debaixo do mesmo tecto, de copos da famosa Sagres na mão, caindo para o lado que mais os puxa. Mais um noite de diversão nocturna, menos dinheiro na carteira, mais maluqueiras para prenunciar aos ouvidos de quem não esteve lá para ver.

Ó Júlia. Quando nos imagino juntos, lembro-me sempre daquela música que fazia o teu coração chegar-se perto do meu, fazendo-me sentir tão satisfeito. Aquela tal música sobre a qual me roubas-te o coração. Mal posso esperar de sair contigo à noite e ver brilhar as estrelas, de cabeça pousada no teu colo. O céu pode esperar. Temos tempo. Perder parte enorme dele, num estardalhaço no meio da rua, causado por coisas sem significado. Corre meu amo, não olhes para trás. Leva lá o coração de mãos botadas nos bolsos, protegendo-o do frio.

Ata os atacadores, não vás cair de joelhos no chão, rasgando as calças e depois terei de te levar ao colo até um sitio qualquer em que te apeteça parar. Não desejes bilhetes de cinema romântico. Não faças contagens de moedas, porque sou eu que pago. Vamos para corres os cantos da casa de banho da estação de comboios. Vai tirando a saia, que eu vou tirando as bebidas da mochila, enquanto, vou tentando desabotoar a camisa branca aos quadradinhos. Chama pelo meu nome, quando precisares de ajuda para tirares o sutiã. Aquela coisa que os gajos detestam por lhes tapar a vista. E elas sabem, e adoram que lhes toquem nesse sitio especial. Estás tão sozinha, ai no canto, fazendo cara de quem quer mais do que beijinhos. Atiras-te a mim. Afasta-to-te. Não temos de fazer isto todos os dias. E tu. Bem, disso sabes tu de cor e salteado. Ainda te faz sentir usada, ou pensar que quero a todos os instantes. Já conheces tudo sobre mim. Até podes dizer que sabes todos os movimentos. Vamos repetir o processo toda a noite. Voltar aos bares e correr as discotecas. Correr os corredores e as casas de banho nos cantos escuros. Tocar nas campainhas, fugir, desatar aos berros. Correr as salas de cinema a tarde inteira.

- Esta rapariga está em chamas. "Vais ter de me apagar o fogo, querido!!"

PS: Estou a pensar em voltar. A praticar Parkour. =0

2 comentários:

  1. Porque mesmo não o sabendo, as vezes sao nessas loucuras que existem os amores alucinantes...

    Que vicio *

    Beijinhos

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  2. Gostei bastante do teu blog, a tua escrita prendeu-me :)

    Sigo-te*

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