segunda-feira, novembro 16

Os sonhos já não existem.


Vi pela primeira vez, o choque que o meu nome causou nos meus próprios ouvidos. Nas graves feridas que casara ao casaco que tapa aquilo que não sou. Aquilo que mostra o casaco não é bem o que esperava, algumas sim, outras não. Sou assim, não sou assim. Lágrimas ficam presas na barriga, dão gritos, não saem, são aflições, não sou nada. Consigo sentir a dor nas cordas vocais, como se uma lixa me prende-se as palavras os gritos e os choros de saírem do corpo que as criam. O sangue nas minhas mãos, é meu. Sabe bem os lábios de quem mal conheço. É como uma primeira vez, detestar uma vez. Caricias sabem, fazem-me mal. Que faço aqui? Acordei, não sou, eu, ninguém. Vomito o que dentro de mim dá voltas ao estômago. Estou perdido e vazio. Sinto-me fraco e a ficar velho. A vida passou e mal dei por aquilo que ela me tentara dizer. Sofri, sofro cada segundo. Qual dos tempos saberão que existo? Voz delicada, satisfação amistosa. Gratificante a tua existência sobre o meu mundo. Os pelos dos meus braços estão arrepiados. Mal os controlo. São poros da alma, artificiais à mente. Paralisadores de mentiras. Arrepiadores de verdades. Paralisam pensamentos. Param corações, sustêm o ar nos pulmões, sem deixar este sair.

Os sonhos já não existem. Ficaram parados. Acordo a meio da noite com o calor a encharcar os lençóis. Fecham-me num calor insuportável. Retiram-me o ar. Não me faz festas, tira-as. eleva-me em pesadelos diurnos, nocturnos e meios tempos de vida. Noites fico apenas com a companhia do silêncio do meu quarto. A respiração profunda preenche o ar em poucos momentos dos sonhos.

Foi a primeira vez que senti o coração pular. Saltar por complecto. Foi uma emoção tão forte que parecia que estava a ter um ataque cardíaco. Como se o mundo fosse acabar naquele momento. Mal me apercebera do sentido do problema. Sentia-me feio, repugnante aos olhos de cada um... Sozinho, inseguro, mal disposto, vazio. Arrancaram-me o coração. No banco do mundo estava sozinho. A sua personagem desaparecera da minha vida. Miserável. Doente. Tudo estava errado. Perdi tudo.

7 comentários:

  1. Tudo, não significa tudo, ainda tens o teu corpo fraco e sem sonhos por sonhar, que com um pouco de esforço, até os vais conseguir alcançar.

    Agora tudo é escuro, tão escuro que até a dormir a escuridão te atormenta, não desesperes. A tua dor é inspiradora, o teu sofrimento é bom. Alimenta-te dele.
    Beijos MM.

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  2. Tens o teu corpo, a tua pessoa, a tua personalidade e forma de ser...e a força e coragem que em ti reconheci.
    Não precisas de mais nada para começar.


    p.s - isto se for isso que desejares.

    :)

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  3. Tu não estás sozinho Pê, e não és nada disso que tu disseste, só dizes isso porque és tu, não te estás a ver 'exteriormente' ;)

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  4. Concordo com a Nikkie, aquilo que pensas de ti própria está distorcido pela tua mente e pensamentos. O mundo lá fora vê-te de outra forma...
    É nisso que quero acreditar quando me levanto todos os dias da cama...

    :)

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  5. Depois de ler este teu texto digo que fiquei de queixo caído e nem sei o que dizer O.o
    Mas AMEI sem dúvida o texto (:
    (Desculpa a invasão :X)
    Beijinho

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  6. Ai desculpa, mas tu também o que? :X Não entendi :X

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