domingo, julho 26

Beleza Descritiva!?



Por favor olha para mim nos olhos.

Faz-me esquecer todo o mal que te causei.
Todo o ódio com que te impregnei.
E tirar-te aquilo que te deu sustos.

As portas estão abertas, para lá destas paredes que se enchem do som dos nossos choros, cambaleando todas as nossas discussões, e as dimensões do corredor que os objectos ganharam força e velocidade. Sonhos tornaram-se realidade, as fotografias foram tiradas vezes sem contas, muitas ainda estão pregadas à parede, onde um dia recebeu um ataque teu, fotografias frágeis e delicadas romperam o chão, abrindo buracos de ansiedade e de desespero. Os tapetes confusos com as pisadelas e objectos neles quietos, das gotas de água que formaram pequenos charcos de água, das lágrimas que todos os dias deixavas sair de dentro de ti.

As alegrias, pertencem-te. As emoções, pertencem-te, os pesadelos fazem parte de ti, entre muitas outras coisas, o que mais gosto em ti, é da tua capacidade de me encher de lágrimas e de inveja, com a tua voz e personificação invisível em todos os gestos que crias ao meu lado. Tudo o que tu queres é matar os teus desejos. Suspiras por não poder pensar duas vezes seguidas, o tempo esgota-se e não gostas disso. Respeitas os meus olhares perante ti. As tuas orelhas ficam vermelhas e quentes quando algo não te agrada.

Os sustos que um dia me enchiam as enormes caixas da minha mente. Os teus braços que me aconchegavam e seguravam para não aleijar mais ninguém a não ser tu. As recordações de letras escrevidas em guardanapos que ostentavam as maiores canções e dedicações de cada um, para cada um. Tu és a minha melhor amiga, és tu que me tiras o pó, que me limpas as teias de aranha, que me dás uso ao corpo e mente. Amas-me, e invades-me a vida quotidiana.

Um dia...
Eu pensava que o amor fosse maior do que aquilo que tu odeias.
Eu pensava que o amor podia mudar o teu coração, mas estava errado.

Hoje penso...
Acredita em mim, confia em mim, não terás melhor personagem na tua vida e ao teu lado se não eu. Não poderei ser substituído. Sou imperfeito e mal educado, e parvo e egoísta e desmedido de roupa. Sou um baú de sentimentos e de letras e palavras por escrever e serem ditas com consciência e falta dela. Sou parte de tudo e de tudo nada mais sou do que apena mais um. Sou-te parte, e imparcial. Criativo e digno de vivência. Mostrando carinho e amor e tentação, no olhar que te envio a cada beijo e olhar matreiro e silencioso que não vês no teu coração.

Sou mais do que penso, e menos do que esperas que eu seja.
Este homem morre no canto do seu próprio coração.
Sou um museu por apreciar.

2 comentários:

  1. Não, não te vou chamar nem maluco e nem esquizofrénico. Porque a minha opinião acaba por ser igual à tua de certa forma, quando dizes que "quem não vive como quer, é porque ainda não encontrou a coragem de viver e de pensar que um dia isto tudo deixará de ser apreciada" não podia estar mais de acordo. :)

    Nós por mais adjectivos e verbos conjugados que saiam da nossa boca, nunca vamos conseguir determinar a beleza, ela não se descreve, sente-se! Ainda por cima quando se trata de amores e emoções.

    P.S. O parolo aqui és tu óh :P

    Elo.

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  2. Este texto deixa qualquer pessoa sem palavras, estou certa disso. Está divino.

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