sábado, junho 27

Tudo Pára...


Quando me revejo no tempo que passou. Fico confuso e tão envergonhado com o que aconteceu. Apenas me pergunto o como será o futuro. Se será igual. Espero que seja diferente. E não vou prometer nada porque não posso ter certezas de nada. Morrer a sonhar. Merecia melhor do que isto. Sei que quando estou deitado na minha cama, a olhar para cima, para a pálida parede a que chamam de tecto, só me torno ainda mais confuso.

Vou voltar ao inicio. Ao inicio de tudo o que é meu, de tudo o que eu sou. Tentando descobrir o que me escapou. O que me faltou. O que sumiu das mãos sem eu prestar atenção. Se alguma vez estive contente por ouvir uma música? Alguma vez senti amor e se pelo menos tentei?

Tenho-me escondido debaixo das minhas asas. Protegido com todos os feitiços que me deram à nascença. E para quê? Toca-me com força. Quero sentir o que nunca senti. Fere o meu corpo. A minha visão turba. Enquanto que o meu corpo fica inerte. Mesmo que cause uma sensação visual aterradora. Toca-me bem fundo e com força, fazendo-me sentir o que nunca ninguém me fez sentir e aquilo que não queria sentir. Faz-me sentir o que impedia de me tocar.

Deixo-me perplexo com o silêncio que proclamo. As formas como me rasgo e torturo sem sinais visíveis. São sinais mais que exactos e por vezes mais fundos do que as marcas das cicatrizes que transporto no corpo. As origens delas, à muito se esqueceram. E as dúvidas que foram plantadas na minha cabeça, deixam-me desprotegido de tudo. Mesmo sabendo que o tempo me dirá as respostas certas. Até mesmo as vozes que permanecem a gritar dentro da minha cabeça. Vozes que não sei de quem são. São anónimos que me perseguem.

Os sons... Do silêncio. O mundo pára. Quando as pessoas pararem. O mundo pára. Se pararem demasiado. A terra morre e tudo se transforma.

Então tudo pára. Tudo se priva. Tudo se inveja. Tudo se descrimina. Tudo se destinge. Tudo é único. Tudo se perde para sempre até outra próxima paragem. E esta outra... Nunca se saberá quando será. Até lá, muita coisa acontece sem se ter o controlo. Todo o mistério fica envolvido em desconhecimento. Um desconhecimento simples, mas impressionante mente impossível de ser recordado.


Música: Theme of Tears

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