quarta-feira, junho 10

Assassino de pulmões

Paris... By Gabriel R

O preço da escolha é tão desfigurado. Tento. Se isto me faz sentir bem, se era aquilo que queria, por tantas coisas que perdi, tantas delas que ignoro. Sinto-me velho de mente, e ao mesmo tempo, com a capacidade física em forma. Neste meio termo em que me encontro... Sinto-me assim. E se um dia este "diário" mental, virar livro ou até filme depois de morto. Que mo enviei ao céu para o ver. :D

O ar que respiro, começa a ser mais rarefeito. Daqui para a frente só existe alegrias. Alegrias que me consomem o ar dentro de mim. Sugam todo para ir buscar mais. Apenas para ter mais vontade de viver e respirar.

Serei o único que consegue ver o que me espera do outro lado? Será esta a maneira de me esquecer de tudo o que disseste? Então eu irei continuar a andar. Porque tudo irá ficar para lá de tudo isto. Neste momento os meus olhos estão abertos a olhar para ti. Com o coração fora do meu corpo. Porque estou tão cansado de me relembrar dos jogos que fazias com o meu coração. Andei por todo o lado na esperança de voltar para ti, mas neste momento é tempo de escolher. Não és nada aos meus olhos, isto não vai mudar. Estava a viver num sonho. Passei tanto tempo a tentar reparar a minha vida, para agora virar costas ao passado e ver que não era preciso. Não és mais do que uma memória. Como consegui que saísses com tanta facilidade depois de tudo isto? Onde é que vais cair? Onde é que vais encontrar o teu lugar neste mundo? Nunca irá ser ao meu lado. Até te consigo ouvir a sussurrar : Volta! . Porque é que não és capaz de olhar para mim uma ultima vez e gravar uma fotografia desse momento na minha memória. Para os fechar em seguida e esquecer tudo e apenas permaneceres como uma pessoa bonita e anónima que ficou gravada na minha curta vida. Será saltar tempo.

Quando ficas virado para o passado, não vês nada para a frente. Vira-te para a frente e observa aquilo que estavas a perder ao ver o passado.

Entrei em tua casa todas as manhas. O teu odor sentia-se como um odor repugnante. As roupas estavam espalhadas pelo teu quarto. O canto das almofadas com os CD's das tantas tardes bem passados. A cama completamente desfeita por todas as vezes que lá acabámos juntos. O suor e o odor ao sexo que me punha imparcial a tanta nudez. Todas as vezes que te dizia que queria ir embora. Embora do teu coração e dizias que não. Agarravas-me nos braços enquanto estavas em cima de mim e me dizias que me amavas. Todas as memórias de tudo o que aconteceu voltavam a tocar no meu coração e ponham-no de volta ao activo. Seria tão fácil tirar-te o ar. Mas não foi preciso. Deixaste-me sozinho quando menos esperava. Quando esperava que ias ficar assim que dissesse que iria ficar para acreditares em mim e quanto te disse um ultimo amo-te. Apenas ignoras-te e fugiste de tudo. A tua ausência permaneceu e causou dor. Uma dor que se conseguia ver. Deixaste-me sozinho. Prova-me o contrário. Mas... Ei, calma. Já não vale apena. Aquilo em que me tornei foi aquilo que nunca esperas que eu me torne. Nunca esperas-te nada de mim. Quando é que tudo isto irá acabar? Hoje. Até te fazia sentir segura comigo. Conseguia fazer-te sorrir por meras palavras. Fazia-te dizer "amo-te" quando te dizia que eras perfeita. Rejeitavas qualquer comentário e qualquer conversa sobre nós. Apenas fingias. Gostava de te ver cair. Acreditei em ti. Um dia, sim! Sempre me pergunto, porque é que não te sinto. Será que o mundo lá fora não me deixa sentir? Como é que consegui tirar-te dos meus sonhos? Se eu me consigo de todas as escolhas que fiz. Existe coisas que nunca irei sentir. Sonhos que nunca irei sonhar. Esta lufada de ar fresco que me refresca as profundezas da minha inocência com uma medida maior do que imaginas, com um lado negro tão grande como o lado bom. Estou bem com o meu lado mau. E quando tal acontece... Descobre por ti. E é quando a música já bate bem forte na cabeça, e me faz delirar e acreditar que o mundo em que vivo por mais horroroso que seja, vejo sempre o lado bom. Por mais imaginário que seja. Consigo ver que isso existe. E é imaginado. Guardo um segredo dentro de mim. Um dia... Quem sabe um dia vou dizer para mim mesmo: Traz-lo cá fora. E espero que goste da beleza que eu vejo todos os dias. Uma linda pérola, não me consegue explicar o porquê de ficar sem ar quando corro com a alegria nos bolsos. Não posso fugir.

As palavras começam a não chegar para descrever o que sinto. Por tudo o que continuará para trás, nada posso fazer se não olhar em frente e para lá do nevoeiro e da linha do horizonte que separa entre distintas coisas da minha vida.

Diminuis dentro de mim. Em nada já fazes parte. Estás a desaparecer. Não estou satisfeito. Ainda te consigo ver. Se força a vista, consigo ver-te.

É esta a escrita que começa a ser a minha companheiro. Começo a ser apegado a ela. São a minha melodia. São estas as palavras que começam a tapar buracos. Entre estes meios, faz-se ouvir a música nas colunas de 120Watts. Harmonizam o ambiente do meu quarto. Mesmo que tudo lá fora esteja a cair. E que toda a luz esteja apagada e todos sorrisos e todas as lágrimas estejam esgotadas, todas as inspirações estejam apagadas, todo o ar esteja poluído ou não existe ar algum, ainda vai restar um pedaço de mim que vai fazer esse exterior respirar novamente.

Já agora... A foto foi mesmo porque gostei e porque quero mudar. E começo a gostar de roupa. Cada vez mais. Começo a gostar de tudo. A gostar de tudo saudavelmente. Espero cair e levantar-me de novo. Como faço todos os dias.

"E andava eu, com a tendências parvas quando nem me apercebia de que me estava a perder por causa de uma miúda como tu."

Morreste no amor!! :D

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