domingo, maio 17

O céu azul de uma noite escura.

065 by *ThierryV

O fresco vento, já levantado pelas luzes de um sol que teima levantar-se. Os raio de sol que iluminam a parede do meu quarto, reflectindo-se na minha direcção. Estremeço na cama, com um soluço ofegante. Ouço os teus passos de lentidão, que fazem ranger a madeira do chão do corredor que dá para a sala de jantar. Abres a porta com extremo cuidado para não me acordares. Estás a sorrir, segurando um tabuleiro de alumínio, preenchido com comida para duas pessoas. Chegas-te perto da minha mesa de cabeceira e com cuidado e com um sorriso contido, forças-te para não fazer barulho, tanto a rir como a pousar o tabuleiro. Eu com os olhos entre abertos, acabo por o abrires, quando soltas o pé direito de uma madeira inchada pela humidade, fazendo assim barulho.

- Olá meu amor. Bom dia. Como te sentes?
- Olá. Bem. Que estás a fazer?
- É um pequeno almoço a dois na cama. - Dizes com a alegria de mil crianças na voz.
- humm, estou a ver.
- Não queres?
- Sim, quero, quero. Obrigado. (Beijo)

Cantas a melodia de um outro dia que começa a ser esquecido. O brilho que tinha, deixa de ter tanto valor, da promessa desse mesmo dia. Ficou frágil, a mentira que ficou realidade.
Compensamos sempre. Com um ou outro beijo, de manha ou de tarde. Compensamos sempre a falta de afecto, não sendo preciso choros ou gritos indesejáveis por um pequeno pontinho de carinho. Acalmas o bater do meu coração através do toque dos lábios na minha face ou lábios.
E à noite lá estamos nós em frente um do outro aos risos, sabendo as coisas mais intimas um do outro. Toco-te, abraço-te, faço-te adormecer nos meus braços, fazendo movimentos repetitivos na cabeça num gesto de carinho e profunda amizade e amor. Vejo-te dormir, cara de anjo. Lábios bem vermelhos e pequenos, olhos bem fechados, nariz de marota e "arrebitada".

Ouço os pulmões a tocar bem no fundo do diafragma. Respiras com calma e serenidade enquanto te toco nas pernas limpas de pêlos, macias como as nuvens. Deixa-me cair e repousar no teu colo. Sentir o calor do teu corpo e o forte bater do teu coração enquanto me encosto para o ouvir. Acordo de um sonho. Um sonho onde o branco era a cor principal. O verde, perdia-se na magia dos entre mundos. A beleza que sonhara... Nunca tinha visto, ou sonhado com tal coisa todos estes anos. Sentia-me... Sentia-me num sentimento indescritível por palavras usuais. Teria de ter conhecimento de novas palavras, de palavras mais profunda para descrever tal sonho, com tamanha vivazes e grandiosidade. oh, mas não o conseguiria.

"Quando a certa altura, te sentes capaz de tudo, é quando ainda não fizeste nada diferente." Pedro Mota

Respirar o amontoado cheiro presente no teu corpo. Tocar-te por momentos e dar-te anos de alegria e felicidade eterna. Nunca deixar-te cair, nunca te deixar sozinha. Sentir-te envolvida nos meus braços nos momentos que te sinas só e desvalorizada. Preencher-te com o calor que transpira dentro de mim, pelas vezes que te vejo a soluçar ou a gritar e gemer de alegria satisfação. Transpirar contigo, e chorar contigo. Caminhar ao teu lado, tirando a mão da parte de trás da bicicleta sem rodinhas. Ver-te crescer e viver, merecendo o melhor nos melhores momentos.

É nascer para sempre.

2 comentários:

  1. "É nascer para sempre." :)

    amolecer.. dava-me a impressão que estabas demasiado magoado com o mundo (as gentes do mundo não o mundo enquanto essência. porque esse tu adoras) e que o teu coração era pedra... era gelo. e agora estás a começar a descongelar. a amolecer... engano-me? estás a expor fraquezas... a expor doçura... sei lá. parece-me :$

    ResponderEliminar