sábado, maio 16

Num inicio sem começo


É a vontade de desistir sem que se queira ir.
Espera-se sempre mais de mim, esperam sempre que fique e que seja igual para sempre. Eu sei.
Sou apenas um moço simpático num corpo bonito e uma mente sobrenatural. E sou um grande mentiroso. E acabo sempre por contar a verdade. Eu faço-me feliz, trago luz para dentro de mim, que brilham sem nenhuma fonte de energia. E é tão fácil de o fazer. Faço-me sentir mal de cada coisa que penso e que sei que não o posso fazer, pois estaria a "enganar" os meus valores. E assim sou sem nada mais a acrescentar. É um começar sem sequer sair do mesmo sitio.

Ir na corrente que me eleva ao ponto mais alto que o próprio ponto. Abrir os olhos no momento que se me eleva e contemplar a maravilha do mundo invisível de baixo do próprio ponto. Respirar o ar que seca cada pontinho da minha cara, refrescando-a de imediato, fazendo-me sentir leve e com desejo de sair e voar para os lugares incalcináveis, perseguir os pós que o vento transporta nas suas correntes de palpitações que o faz levitar no ar... Sugar toda a beleza da natureza, sugar-lhe toda a sua vida, secando tudo, e no momento de parada, lançar tudo ao ar, alcançando e tocando os céus num momento grandioso de uma beleza extraordinário, misturando-se com tudo fazendo novamente parte do mundo que mais chama por uma restauração. Parar todo um momento no tempo e no espaço, contemplando a coisa mais maravilhosa. O nascimento de uma eternidade verdejante transpirando vida e a emoção de uma vida. O preto do verde que me vê morrer. Quero largar as mãos das cortas deste baloiço. Largar e nunca mais lá voltar. É um querer de contente, sem esperar um descontente. É o querer ser livre do mundo, que me faz querer estar preso. Partir... Partir de vez. Escusado seria dizer, que o que eu quero é viver sem nunca crescer.

A valentia do meu coração, não chega para tapar as feridas que o meu corpo tem de suportar todos os pequenos dias. Rasga-me a pele, na tentativa de que repouse o corpo, para parar de continuar, e continuar, e continuar a caminhar em direcção ao que desconheço. Em direcção a um vazio desmedido de sentimentos. Crescer sem cor, morrer com ela (a cor) para sempre.

1 comentário:

  1. "A valentia do meu coração, não chega para tapar as feridas que o meu corpo tem de suportar todos os pequenos dias. Rasga-me a pele, na tentativa de que repouse o corpo, para parar de continuar, e continuar, e continuar a caminhar em direcção ao que desconheço. Em direcção a um vazio desmedido de sentimentos. Crescer sem cor, morrer com ela (a cor) para sempre."

    não me digas que já sabias que eu ia "colar" aqui? ^^

    está tão lindo *.* pôssas. e sabes o que eu te digo? acho que estás a amolecer...:) é bom!

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