domingo, maio 31

Há algo que permanece

Há algo que permanece nos meus braços, agarrando-se ao meu pensamento, que me impede de adormecer descansadamente como se não ouve-se amanha.
E penso eu, que aquilo que imagino me faça alegre, pois sei que são apenas, puros momentos.
Espero por pessoas que não conheço. Espero por momentos que não sei se irão acontecer. Espero por tudo e nada faço para deixar de esperar. Fico furioso comigo mesmo. Se eu quisesse teria capacidades para ter tudo e no entanto nada faço para tal acontecer. Não sei se é medo se é vergonha se é outra coisa. Sei que alguma coisa me falta para me ver livre desta "vergonha" que permanece dentro de mim e que cada vez mais me impede de viver à maneira desejada. Nada do que eu faça, tem valor. Não existo. Imagino-me existir. Não me reconforto, não me completo. Não me preencho, não me sinto. Não me vivo, não me crio. Vivo dentro de um corpo que... Bem que sentimento estranho. Terei problemas? Quando olho para mim e começo a pensar... Toda a magia se perde. Tal como estou agora neste momento sentado no meu lugar vazio, abandonado à mais de 13 anos. Este lugar que me alivia as dores que permanecem no peito. Que me desfaz memórias com a capacidade e uma forma invisível, que me alivia das dores de todos os espinhos cravados no peito.
Terei necessidade de contar tudo aos outros, para apenas me darem valor? Valor a parte de mim e À minha existência? Andarei a preencher algum vazio? Estarei à espera que algo de bom aconteça com o que escrevo diariamente neste espaço do mundo?
Tormenta-me as pernas e todos os seus compostos. A mente já começa a pesar.
Os dias são passados de forma curta. O tempo é cada vez mais curtos. Os momentos de alegria e de dor são muito mais pequenos e menos frequentes. Apenas resta espaço e tempo que sobra para a melancolia de um sentimento / pensamento desconhecido. É uma melancolia que nem me faz chorar nem sorrir, apenas existe.
A vida permanece ligada à corrente, Não sei quanto mais cabo tenho. A vida continua. Largar o amor das coisas e partir para outras emoções. Novas e irritantes.Novos hábitos e vícios.

Estranho sentimento este.
Estranho pensamento este.
Estranho momento este.

A incerteza do futuro. As pessoas que passam por mim. O seu futuro a ser preenchido sem a minha presença. A sua capacidade de continuar sem mim. Pessoas que foram importas que agora fazem de conta de que nunca lhes fui nada. Destroça-me o coração ter de partir como elas. De lhes virar as costas e prosseguir o caminho que não tenho traçado no mapa. O caminho que não criei, por pensar que iria sempre viver e passar com essas pessoas para o resto da minha vida. O que fiz aos outros, estão os outros a fazer-me a mim. Quero parar de estar neste estado parado e melancólica onde nem vou nem me deixo ir. Nem voo nem caio. Estou parado no tempo. Fiquei sem vida. Não sei o que fazer a seguir. Sinto-me impotente da vida que tenho. Pressinto que não irei chegar a ver o por do sol novamente como desejava ver com a pessoa que aguardo precipitadamente e com a ansiedade que me desfaz gostos e prazeres.

A minha mente debita sentimentos que não quer que tu saibas. Desconfio de mim mesmo e nada posso fazer para mudar isso. Preciso apenas de ser mais saideiro.

1 comentário:

  1. acho que todos temos uma necessidade estranha de esperar por algo que não sabemos se irá acontecer, penso que isso nos faz sentir mais despertos , nessa ânsia constante de surgir uma mudança, uma novidade!não nos podemos deixar cair em monotomia, devemos procurar por isso!
    é difícil, mas não impossível! e mais não digo porque devorei o post e gostei bastante, identifiquei-me muito! continua, passarei a acompanhar!

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