quinta-feira, maio 21

Gentis de outra era


Gentis de outra era.

Sinto-os como se vivessem comigo.
Com aquele sentimento de passividade como nos anos 80 nos restaurantes de luxo, onde o som de fundo pertencia ao murmurar de todas as falas de todas as pessoas existentes nas suas salas.

Vejo-os por toda a parte. Os gentis que hoje conheço, é como se lhes da vida conhece desde a sua adolescência. Fazem parte de mim as raízes que criaram em cada lugar por onde colocavam os pés. Estes pés que eram firmes e bem formosos, pousando com firmeza o chão por onde todos os dias passavam, afirmando-se perante si próprios a capacidade de evoluir tão interiormente que por fora mal se notava o avanço que pessoas como eles, como eu, tinham em relação às outras pessoas.
Corriam salas de espectáculo, entretendo a mente, clarificando ideias e modificando alegrias e bem estares. As letras preenchiam o seu coração e faziam parte do seu amor.

Amam as palavras, como as mães amam os seus filhos.

Repousando na sua cama, entravam nela, a formar e compondo poemas e textos, de pensamentos cansados e deveras gastos com o passar de toda uma idade atarefada, de desgaste da mente. Acordam com as ideias frescas e bem compostas, formando assim as belíssimas e maravilhosas palavras que alguma vez se escreveu nesta língua e país onde se fala o português sendo o seu país, um país de belos e formosos poetas e escritores "Portugal". Portugal, que para mim significa, nascer com o que de melhor se pôde ter desejado. Um país tão lindo e tão rico como o nosso onde as mentes, crescem a olhos vistos. Tenho orgulho em ser português! Falar e escrever esta língua que faz de mim o que sou e o que não consigo ser. E nestas lágrimas que contenho e outras que se libertam sinto o ardor, a dor, e os fortes momentos que o meu país enfrentou, para ser o que é hoje.
Este maravilhoso mundo chamado Portugal, onde o deus é aquele que escreve aquilo que vive e aquilo que sente.

Sinto-me a morrer a cada minuto que passa e não há nada que possa fazer para impedir isso de acontecer.

Ó Pessoa...
Ó Camões...
Ó Amália...
Vocês, pessoas que admiro tanto, que morreram sozinhos e como apenas mais uns homens que vieram a esta terra gloriosa, que enfrentou mares e tempestades, ventos e marés, para manter a tradição e a vontade de viver nesta ilha que é Portugal. Viram partir a vossa terra mais amada, falando dela, de uma tal maneira grandiosa, que ainda hoje é apreciada e valorizada por tantos que sentem o orgulho de ter o sangue e o vicio de escrever e pensar num Portugal melhor, à medida que caminhamos para o desmoronamento de tudo isto que vocês viram crescer, de tudo isto onde vocês tiveram oportunidade de crescer. Invejo-vos, não pelo que viveram, mas sim pelo que pensavam e nunca chegaram a escrever, que de certa forma, foi mais valioso do que tudo isto em que vivemos que se chama de Terra.

Podes dizer e fazer tudo o que quiseres na tua vida, mas quando for para morrer, perdoa-te.

É escrever, para relembrar que ainda existe uma alma portuguesa que tem esperança de que tudo isto um dia seja muito melhor e que a vida que se vive, não seja de tédio nem de preguiça nem de estupidez social, mas sim de compreensão e de orgulho.

Fazer-te acordar de um sonho, para ver o inimaginável a acontecer perante toda a tua vivência.

Ver-te sorrir! Sorrir Poesia! Para sempre!

Quero ver coisas com os olhos que nunca mais poderei ver.
Não é beleza que quero. É sim ver, pura realidade em perfeita sintonia.

1 comentário:

  1. Realmente temos muitos bons poetas, compositores e cantores de todos os tempos. Cabe-nos a nós, novas gerações, impedir que "os gentis" caiam no esqueçimento. Eles deixaram-nos a cultura e tanta coisa boa para apreciarmos, para recordarmos o portugal antigo.

    Bom fim de semana*

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