terça-feira, janeiro 13

A sonhar com as estrelas.

Stars by ~Mnico
Sonho ao lado das estrelas. Não está sol, nem está escuro. Não há vento nem calor, não há sol nem chuva. Está um tempo sem nada, um tempo vazio do significado. Escuro mesmo fora do céu, mesmo dentro da estrela. Os olhos das estrelas ao meu lado, irradiam de luz. Os sorrisos compostos por felicidade, os ouvidos a serem penetrados do inaudível. Não se ouve nada. É o silencio no seu mais puro intimo. Uma grandeza pequena. Estou ao lado. Presente. Repouso, sentando-me num espaço imaginário. Não são pessoas, são apenas pontos no céu. Fecho os olhos. Juntam-se à minha frente. Iluminam-me. Sinto o calor a tocar na minha face. Abro os olhos. respiro fundo. Sinto que fui usado. Foi tão desnecessário, mas para mim foi tão perfeito. Parece que foi ontem. É dificil de dizer que tudo irá estar bem. Sinto o cheiro ao tabaco. O imperfeito dos teus dedos. As sardas na tua cara que se encaixam perfeitamente com a tua personalidade. As tuas roupas de menina do papá. Este amor, este ódio, queima-me compulsivamente. Entro em pânico, nada parece que começou. Grito. Estou ao lado das estrelas. São aquelas que fazem mais do que espero que tu faças na minha vida. Espero um sossego. Espero um tempo calmo como este. Aposto que ainda acreditas no destino. Caminho ao lado destas coisas que brilham, destas coisas que pulsam um olhar de beleza que não passa de um brilho. Tornaram-se um sinónimo de prazer, de segurança, de sorte, de beleza universal, são os choros de cada relação terminada. Corações partidos. Criadas para juntar outros. Ao mesmo tempo foram usadas para as duas coisas. Dou comigo a sonhar um sonho que não consigo ver. Um vazio no meu ser. Uma criatura como eu... Doente comigo mesmo. Não tenho ninguém para quem olhar, para quem receber um sorriso. Reparo na depressão no que os outros têm. Grito incontrolável-mente: "Meu Deus só poderei estar a sonhar!!!" Quem me dera estar a ser perdoado neste momento. Ficar doente no leito, deitado no que me sustem. No que mantém de pé. No sofrimento em que os meus joelhos estão. De todas estas quedas que dou. Tenho pena deles. Quero mudar, mas tenho medo de perder os joelhos de vez. Não quero acabar com isto. Quero viver da melhor maneira possível. Criando e destruindo o que quero para mim. Bom ou mau. Estas trelas que me envolvem. Retiram-me do sossego. Retiram a paz que pensava ter neste momento. Luto. Juro que gostava mais de um sinal. Dar o ultimo suspiro. O ultimo grito, o ultimo suspiro para um céu preto num infinito vazio de pensamentos ou de sentimentos. Quero sentir-te. Olhar nos olhos e dizer. Adoro-te, gosto de ti. Faz-me feliz que eu farei o mesmo. Criarei um mapa celestial para podermos navegar. A minha vida é a minha morte, a minha morte é o meu nascimento. Dedicava-te centenas de poemas, criados com amor, numa luta de desejo só para te ver sorrir, só para receber uma palavra amiga, um reconhecimento teu. Mas tornaram-se num pesadelo. Sonho com as estrelas. Gostava de ser como elas, sem senti, sem pensar, sem sonhar, sem tocar, sempre com os olhos postos no mundo que as faz valer apena existir. E só porque não mostras-te amor ou ódio isso estragou a nossa confiança. Agora vê esta faca chamada agonia a ser espetada no coração até que ele pare. Só descansarei quando o ar que respirar for tão puro como as veias de sangue que rebentam dentro de mim. Alguma vez conheces-te alguém tal como eu? Parecido? Já viste o que eu perdi? E o que tu perdes-te? Só quero dizer adeus, e desaparecer sem que ninguém saiba. Desaparecer. Eu ficarei bem. Ficarei bem, tal como da ultima vez. Corro atrás das estrelas que iluminam a vida. Aquelas que me dão de comer, aquelas que me fazem adormecer e saber que no dia seguinte estarei cá para que mais um dia possa fazer esquecer-te para um sempre curto dentro de cada toque teu no meu corpo. Cada nódoa negra dentro de mim, a ferida que rapidamente se infecta com a indefesa e delicadeza, de mim para contigo, e com qualquer um. As instruções da cirurgia que me deixa caído na maca branca, mesmo ás portas do céu. O mesmo céu que já me recusou uma vez. Caio num colo. Não é meu, não é de ninguém. É de um ser imaginário. Deixas? Começo a sair deste céu repleto de estrelas tão bonitas. Agora que reparo nas estrelas... começo a pensar que... sempre estive dentro de ti.

Pedro Mota (13/14-01-2009)

1 comentário:

  1. Apesar de saber e perceber que não escreveste isto com calma e sentindo-te bem com o que te vai na alma, o que escreveste está lindo e veio do coração.
    Gostei muito. *

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