domingo, janeiro 25

Silêncio

Acordo com o pulmão aos pulos. Respiração profunda. Inspiro muito violentamente. Faço uma pergunta. Em que é que sou bom? Porque não sou bom a nada? Faz-se um silêncio dentro de mim. O barulho que me rodeia fica mudo. Olho à volto. Procuro. Remexo. Tiro e volto a por tudo no lugar. Paro. Fecho os olhos. Inspiro fundo. Descanso a cabeças nas minhas mãos. Desligo. Volto a cabeça para cima. Em direcção ao sol que brilha, que me irradia o coração com um respirar que queima. Uma gota de água. Suspiro. Momento. Silêncio. Não falas. Não ouves. Não vez. Não choras. Não sentes. E por alguma razão digo que vives. Digo que és importante. Digo que não me pertences.
Chora. Que os olhos se formem em ti e chores comigo. Vá lá Sol. Não custa nada. Eu não quero chorar. Calma. Já não quero que chores. Se chorares O teu coração é apagado. Não terás chama para te manter vivo. E eu não poderei fazer nada. Fica como estás. És perfeito. Fica como estás. Não te tornes em algo que te possa destruir. Estou aqui todos os dias para te ver a brilhar mais um dia. Silêncio.

Será pensar, um silêncio mau ou bom? E é mesmo silêncio quando pensamos e não falamos?

Tu és um silêncio que se sente. Um silêncio vivo. Um silêncio que se vê. Que se respira. Que nos queima.

1 comentário:

  1. "Porque não sou bom a nada?"
    a ideia que tenho de cada texto que tu escreves é que te ritícas demais, que te rebaixas a ti próprio. não te julgues assim. neste caso, podes não ser bom numas coisas, mas noutras certamente que és.

    sempre que te sentires assim, em baixo, que não serves para nada, pensa nos que gostam de ti - serves, para eles, para lhes dar um sorriso cada vez que te vêem.

    beijinho grande *

    ResponderEliminar