quinta-feira, janeiro 15

Preciso de ver coisas morrer...

tidal by =Wysseri
Apercebeste agora do que estavas a ganhar? Daquilo que eu te estava a transmitir? Do conhecimento que estavas a receber? A visão de um mundo que é mais do que um universo preto e cheio de matéria obscura e composta para lá do conhecimento? Observo-te ao longe, esperando que as tuas tendências acabem de vez. Não aguardo com ansiedade, aguardo com esperança que um dia consigas perceber tudo o que fiz por ti. Assim como eu espero. A única coisa que ajuda é sonhar, sonhar que irás ser melhor. Melhor, não para sempre, mas durante um tempo em que tudo sirva de exemplo. Que torne o passado um simples, sonho. Um sonho que nunca conseguiu ser real. Corto-me. Não consigo chorar. Sinto a água a entrar dentro de mim. O frio, os arrepios de tudo a contrair-se com força. Tento respirar, gesticulo completamente. Dá-se um choque no meu corpo. Toda a água dos pulmões. Fico quieto na água. Esta água é aquela que me prendeu durante 9 meses. Sou puxado. Puxado com força. Não me mexo. Os olhos gravam tudo o que se passa. Observas-me enquanto me afogo. Vem respirar comigo. Quando olho para ti sinto a necessidade de ver coisas a morrer. Tu tens uma voz, tens uma escolha. Fala. Mete-te no meio da minha vida. Faz-me parar. Faz-me aperceber de que estás cá. Que estás viva. Olho para ti todos os dias. Reparo nos olhares das tuas amigas. De tudo o que fazem só para me poderem ver. Estarei com a mania da perseguição outra vez? Alguma vez conheces-te uma alma viva? Como podes dizer que és tu quando te tornas egoísta? Tal como disse, vamos acabar com isto. Sai do chão, levanta-te. Pega na bebida e levanta-te. Esta é a única coisa que me ajuda e que me impede de dormir. Quando é que poderei descansar em paz? Será depois de deixares de fazer sentido em tudo o que escrevo? Faço sentir a dor. A dor que deveria ser toda tua. Mal consigo respirar só de ver que mal me estendes a mão. Dei-te a mão uma vez, duas, três, perdi a conta. Ouço-me a ouvir dizer que não merecia isto. Queria ultrapassar esta vida, se é que isto é vida. Dou voltas à pequena bola de cristal. Despercebida. Deste-me a alma, mas eu já a vendi. Quando me fui embora, quando tudo acabou, o céu ficou escuro durante meses. Envolveu-me, comprimindo-me com tanta força que não podia respirar. Lutar. Criatura do meu inconsciente. Esta que me impede de deixar de ter o ponto do coração, que quando aperta vem a tua indirecta presença. Preenches-me nesses momentos. Fico invejoso. Pensei que encontrei uma saída. Mas só vejo uma parede. Carrego. Fecha os olhos, porque no amor não irás precisar deles. O coração começa a falar, depressa dá-me o amor que preciso. Dá-me a dose para manter o coração acordado. Acordado, para mais um gostar de ti. Eu só vivo uma vês.

1 comentário:

  1. Adorei...
    E tenho pena que te sintas assim =/
    Parece que passas uma mensagem de pressão...
    E a parte final, foi a melhor!

    Desculpa a invasao =X
    beijito

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