sexta-feira, janeiro 16

A criança da vida...

Ladder by *VexingArt

Considero-me uma criança. Sem alma e sem nome. Sem mais força para me lembrar. Atrás de uma parede de silêncio. Respiro tormentos dos meus actos passados. Quero deixar para trás. Eu nunca vos irei esquecer. Eu sou aquele que sempre irá ficar para trás. Sou mais uma criança. Perdoa-me. Terei de estar bem contigo para conseguir ultrapassar a dor que nos causei? Eu não compreendi. Não me apercebi do que me fazias de tão bem. Chamo-te chama do meu coração. Quem me dera ter apercebido de tudo a tempo. Perdoa-me se te fiz sofrer. Como foi possível. Se não fosses tu. Dá-me o braço. Tu existes, e tens vida. A vida que cada um merece. Recordo os velhos tempos, os bons no meio de tantos. Sou uma criança frágil. Como fui capaz. No fundo, sempre quis a tua felicidade. E queria para mim, aquilo que ainda me é incompreensível. Será que podemos voltar ao lugar onde tudo aconteceu e fazer as pazes? Seguir cada um a sua vida? Um último beijo? Onde está o meu mundo? Onde está a minha vida? Eu caio. Deixo uma luz em ti. Quando me sinto assim, faço-o ser tão meu. Perco a noção de onde ir a seguir. Sinto-me a cair tão devagar. Questiono porquê. Porque faço isto aos outros. Pergunto-me porque faço isto a mim. Porque sou assim. Meto-me nojo. Quando ajo desta maneira, sinto que a única maneira de parar é, parar de pensar. Quando começo a ser assim, gostava de deixar tudo. Partir. Largar tudo. Começo a viver. Quero viver, mas não consigo esquecer. Quero esquecer e não sei porquê. Não é um jogo. Quero parar. Para que comece a viver. Não vivo porque não quero, ou porque não sei como viver? Como poderei fazer as coisas com razão de existir? Como conseguirei ter aquilo que quero se não sou capaz de arriscar em tudo o que faço? Porque tenho medo de abandonar tudo aquilo que amo? Encho-me de terror e de uma perda que não é tua. Perco-me cada vez mais. Perdi-te a ti. Conto mentiras, conto verdades. Adeus. Seguro no choro que tenho por tudo isto. Se pudesse tirar toda esta dor. Dar ás pessoas que estão em cima de mim, ao meu lado e dentro de mim. Faço de conta que cuido, que ajudo, que me preocupo. Olhas para mim e vês a verdade. Mas quando olhas para mim e pensas que tudo está perdido é quando tudo faz sentido. Quero parar de ser assim. Quero parar. Mas não consigo. Estou tão próximo de saber a verdade das coisas. De tudo o que sempre quis saber. A viagem está quase a acabar. O tempo está a acabar. Desculpa. Daqui consigo ver as minhas estrelas, a minha lua. Não vou desistir. Se for preciso mudar-te, mudar-me radicalmente. Se for preciso viver a minha dor diariamente, assim o farei. Só para te ver feliz. Mas isso já tu és, e não precisas de mim. Tens essa capacidade. Do You Remember? Estou doente. A doença que eu fiz dentro de mim. A dor a que eu me coloco. Não quero chorar. Quero parar. Quero mudar. Fechar os olhos, respirar fundo e receber de braços abertos a bala que percorre o ar que não consegui respirar na vida. A bala que me dá a liberdade. Que dá a tua, e a de muita gente. Sei que a minha mãe sempre me deu valor, que o meu pai sempre quis o melhor para mim, e que o meu irmão sempre me apoiou em tudo. Sorriu para um mundo que não conheço. O mundo que é meu. Ficarei bem, ficarei bem. Como da ultima vez que me viste. Estava a sorrir. A sorrir de tanto sofrimento. Estes espinhos que se cravam na testa. Os cortes. O meu coração a aguentar o seu próprio arrancar. O arrancar do meu corpo. Não controlo as mãos. E só porque eu não te consigo mostrar amor, arranca assim o meu coração. É difícil encarar a dor que este mundo me faz sentir. É bom saber que estás viva. Mas estou pronto para deixar tudo. Acabar com tudo. Sinto-me a cair. Mesmo sabendo que estou bem assente na cadeira. Sento-me à tua frente. Olho-te. Quero estar contigo. Faz-me sentir melhor. Mas espera. Não quero. Tu queres? Será que quero estar contigo tanto como tu comigo, mas tenho medo que tudo isto volte a acontecer? Deixa-me. Não te mereço. Tal como tu a mim. Este amor, este ódio, destruí-me. Os teus olhos. Pega em mim, transforma-me. Sinto o mesmo quando choras e quando te ris. E agora no fim, no fim. Deixo-te o mundo do conhecimento. O mundo do Pensamento Infinito. O poder da chave para a liberdade individual. Quero erguer-me, seguir em direcção ao céu. Deixo o adorável Azul-bebé, e passo agora a abraçar o Branco. Mistura-me. Confunde-me. Destrói-me. Consome-me. Sempre suspeitei de mim. Nada me irá salvar. Estou nu, a tremer. Pulsos cortados. Escrevo em todas as partes no meu corpo: “Perdoa-me”. Se pudesse tirar esta dor de dentro de mim... Finge que me adoras e vem ter comigo e ergue a minha cabeça. Preciso de um pequeno incentivo para mudar. Dá-me uns joelhos novos, torna o meu corpo no mais perfeito e seguro possível. Estou tão próximo. Não quero desistir. Choro hoje à noite. Será tudo isto, um sonho? Estarei eu a sonhar? Pensava que tinha encontrado uma saída... Não quero chorar. Agora consigo ver os meus erros. Fui burro. Faço erros sem pensar no que poderá vir a seguir. Porque não sou normal? Pergunto eu todos os dias. Todos os dias, sempre que acordo e me olho ao espelho. Porque não sou normal? A bala continua a percorrer o ar que não respirei. O mundo pára. És tu quem pára o tempo. Quem pára. Metes-te à minha frente. Consigo sentir o teu calor. As tuas mãos. Os dedos entrelaçados nos meus. O toque dos lábios. O último beijo. O último olhar. Olhas-me com olhos de quem pensa e diz constantemente durante todo o dia, durante todo este tempo: AMO-TE Pedro! Consegues criar dois possíveis fins. 1º- Todo o que estava parado no tempo e no espaço, deixa de estar. Levas com a bala. A bala da minha própria liberdade. A bala que eu merecia desde o inicio. Desde o inicio do corte do cordão umbilical. O merecido que foi esquecido. Morro com o teu beijo... 2º- Tiras-nos da frente da bala. Deixas que tudo siga o seu caminho. Beijas-me. Os lábios colam. O olhar fixante e profundo da palavra Amo-te! Ecoa dentro de mim. Sofro com tudo, porque às tantas quero. Ou, porque é aquilo que me faz sentir mais culpado. Sentir que não mereço nada. Ouvir as vozes de que sou isto ou sou aquilo. De que não consigo, e que não valho nada. Quem me dera que um dia, olhe para trás e veja que tudo não passou de mais uma memória, uma memória que foi precisa ser lembrada e vivida. Olhar para o presente, de forma desconhecida. Olhar para ele com o sorriso de mais de 1000 sois. De ser uma pessoa. Aguardo a palavra que liberte esta minha alma. A alma que está presa de tudo. Porque em tudo me tornei, e de nada quero ser. Liberdade Invisivel... Perdoa-me! Pedro Mota (16-01-2009)

1 comentário:

  1. caro Pedro, antes demais o nosso sincero obrigado por nos ter visitado, é sinal de que está curioso sobre quem nós somos ou o que nós propomos.
    ora aqui esta, actualmente já estão disponiveis as nossas medidas tal como dissemos, assim como as suas razoes.
    As nossas sinceras desculpas por não estarem afixadas mais tempo, mas um problema de rede nos impossibilitou de o fazer.
    E obrigado tambem pela sua sugestão.
    já sabe: visite_nos

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    :)

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