segunda-feira, julho 28

Sentes a dor? - Aborto

Certo dia depois de 1 mês do acto sexual, a Inês fez o teste da gravides.
Deu positivo.

Chamou-me a casa dela para falar-mos sobre aquilo, ela estava muito entusiasmada, mas ao mesmo tempo aflita, pois tinha apenas 18 anos. Seria a sua primeira vez.

- Pedro, adivinha.
- O que foi?
- Estou grávida. Uii, não é giro?
- Claro que é.
- Não pareces animado.
- Não é isso Inês, estou feliz, mas ao mesmo tempo preocupado com o que pode acontecer.

O pai dela houve a conversa, e entra dentro do quarto.
- Tu estás grávida?
- Sim Pai estou grávida.
- E quando é que tencionavas dizer isso? Quando o tivesses no hospital?
Filha o que é que te deu? És jovem, ainda tens de procurar emprego e estar estável na vida para se ter um filho.
- Calma pai, os pais do Pedro são ricos eles podem pagar tudo.
- Tu vais fazer um aborto estás a ouvir?
- Não pai, isso não. Preferia morrer, a fazer isso.
- Vais fazer o aborto Inês!! Diz o pai a gritar-lhe já vermelho.

A Inês sai do quarto a chorar.
- Inês, espera.
- Tu menino, és o culpado disto tudo.

- Inês! Espera amor. Inês?!
Está na cozinha sentada no chão, com as mãos na cara e a chorar como uma criança.
Repetia a palavra não muitas vezes. Chorava e fungava.
Vou-me sentar perto dela, abraço-a e acalmo-a com palavras amigas e carinhosas.
Faço-a rir para que pare de pensar naquilo e se torne positiva.
Tudo se acalma, por um bocado.
- Pedro quero estar contigo, posso dormir em tua casa nestes próximos dias?
- Claro amor. Claro que podes.
- Obrigado. -- Ela braça-me com força limpando as lágrimas no meu ombro.
- Vá vamos embora.

Pego-lhe na mão e levanto-a. Ela limpa a cara com as costas das mãos.

Depois de uns 2 dias, a Inês chaga perto de mim e diz-me com um tom de voz decidida.
- Pedro, eu vou abortar.
- Tás maluca ou quê?
- Pedro, é o melhor para nós. Será melhor.
- Tás parvinha de todo só pode. Tu por acaso sabes o que é que estás a dizer? Abortar?
Tu não deves estar bem.
- Pedro!! Não percebes!
- Eu digo que não vais fazer, afinal o filho é nosso, é dos dois. Eu não quero isso.

Durante algumas horas deixei de falar com a Inês, pois não sabia onde é que estava.
Tinha ido ao médico, falar sobre o aborto.
O médico chamou um psicólogo e pelos vistos a Inês estava com a ideia fixe na cabeça.

- Onde estives-te?
- Estive no médico porquê?
- Foste falar do aborto não foi?
- Fui. Sou eu que estou grávida, sou eu que decido se quero ou não abortar.
- Inês tu acorda para a realidade. Não vais fazer aborto nenhum.
Só porque o teu pai diz, não quer dizer que tenhas que fazer.
Eu estou aqui para te ajudar em tudo. Eu quero essa criança. E juntos vamos cuidar dela.
Não desistas, não tenhas medo de ter um filho Inês, é a primeira vez é normal ter medo, mas por favor não faças o aborto. Ao estares a desistires desse ser, estás a desistir de mim.

Ela lá desiste do aborto, e vamos ao médico e ás consultas de parto e aqueles cursos de como respirar e etc.

8 meses mais tarde nasce o bebé.
É um menino. É um pouco engelhado, mas nota-se que tem as feições do pai e da mãe juntas.

Não sei o que escrever mais.
Eu queria algo triste, claustrofóbico, abandono, desespero, e outras coisas, mas já não me sai nada da cabeça. :S

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