segunda-feira, junho 30

O Momento

O Momento parou perto de mim. Abraçou-me loucamente, como se eu fosse aquela ultima pessoa que ele iria encontrar pelo seu caminho. Despediu-se de mim.

Aquele olhar de quem estava à procura de alguém ainda melhor do que eu, arrasou-me por completo. Fiquei perdido na imensa solidão do tempo. Continuámos os nossos caminhos.
Demos alguns passos...

Por algum motivo, algo me disse para olhar para trás, e, lá vinha o Momento a correr para vir ter comigo. Veio contra mim com uma força, abraçou-me como se realmente não me quisesse largar, parecia uma criança que não queria ser tirada de perto dos pais. Ele sussurrou me ao meu ouvido dizendo:

"Tu és a tua vida. És tu que escolhes o que fazer com ela. Não deixes que ninguém te tire esse sorriso, essa paixão e esse amor, que mantens dentro de ti. Apesar de que o tentas negar continuamente. Tu és tudo. Não desistas..." Agradeci-lhe abraçando-o com mais força.

Desabraçou-me. Olhei para a cara dele e reparei nas lágrimas que lhe escorriam pela cara.
Eu fiquei num estado de "impotência" completa. Tinha pena dele, mas ao mesmo tempo sabia que não podia fazer nada. Limpei-lhe as lágrimas com aquilo que tinha à mão (a manga da camisola).

Dissé-mos um "Adeus!" com os olhos. Foi o que bastou para ele se sentir melhor.
Senti-me triste por aquele aparato de emoções. Senti dentro de mim uma força enorme. Como se uma presença sobre-humana me estivesse a levantar para eu poder chegar ao próximo momento da minha vida. Agora sim, cada um seguiu a sua vida.

Virei-me para tráz e disse-lhe:

Irei fazer das tuas palavras o meu lema de vida.

Ele sorriu como se a felicidade estive-se mesmo ali ao lado dele.
Foi espectacular poder ver o Momento sorrir de alegria e com uma liberdade fora do comum.
Não sei porquê, mas também sorri.

Agora que penso nisto, no mesmo dia, cheguei a cruzar-me com a Alegria.

Mas isso fica para outro dia. :)

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