terça-feira, março 22

O dinheiro que é o pão dos nossos dias...

Recebi a carta que confirma o meu desemprego e com isso, sinto que o que fiz no passado pouco contou. Que tirar um curso não resolveu metade dos meus problemas, apenas fiquei com um grande e extremamente pesado. Ficar sem emprego é uma coisa completamente de ficar sem dinheiro para pagar as contas no fim do mês. Para sair com a namorada. Deixar de sair de casa e apanhar boleia está fora de questão, pois há quem já não tenha carro. Andar de bicicleta vai passar a ser uma realização pessoal mais comum. O gosto é que manda. Os sonhos estão presos por poucos fios. Ir estudar é uma das opções, mas como o dinheiro não dura para sempre, alguma coisa terei de fazer para continuar a ter dinheiro a cair constantemente na conta. Fazer biscates já passou de moda, e se ainda é moda, já ninguém paga serviços prestados aos amigos. Não é verdade? Ora pagam um café, ora um almoço em casa, que hoje em dia, já se torna mais habitual, visto que tanta gente já começa a perder o interesse em viver de forma tranquila, quando sente que no final do mês, pode ir embora e assim, perder a ultima reste-a de orgulho, ou diria eu perder o gosto de sair de casa. ir procurar emprego, também será um passatempo. Ou então fazer de tudo para receber do fundo de desemprego. A opção de ir para as novas oportunidades está fora de questão, pois com o 12º à pouco mais de 3 anos não irá ajudar em nada. Não me pagam se quiser ir estudar. Tenho de ser eu a pagar do meu bolso ou pedir mais um pequeno sacrifício aos meus pais mais uma vez na vida, para me pagarem os estudos. Porque se não arranjar trabalho, ou não conseguir ir estudar, terei de pensar numa solução. E começam a haver poucas. Sinto-me com a corda ao pescoço. Mesmo que não tenha duvidas ou outros quaisquer problemas. Sinto com um aperto no estômago. Quase sem vontade de falar. Só me apetece chorar. Gostava de dar orgulho aos meus pais por ter arranjado um trabalho e neste momento, sinto vergonha, mesmo que a culpa não seja minha, tenho vergonha de quem fez tudo para agradar aos pais. Dei-lhe muitas coisas boas. Muitos sorrisos e alegrias. Mas nesta altura onde o dinheiro faz falta nos bolsos de quem menos pode torna-se como o pão na idade média. Quem o tem, sobrevive a mais um dia de fome.

Digo que o que mais me apetece fazer hoje, é chorar. chorar porque mesmo que possa entrar na universidade ou ir para o desemprego, sei que o dinheiro não cresce, não dura, não se estica.
Estou completamente desmotivado.

O dinheiro que é o pão dos nossos dias...

1 comentário:

  1. Ao ler isto parecia que estava a ler a mim própria. Estou exactamente como tu. Somos "à rasca", right?

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