segunda-feira, janeiro 3

O sol não é redondo.


Numa agonia, só de ver o céu tornar-se negro, por saber que te vais embora e vais demorar muito tempo para voltar a estar diante de mim a sorrir dessa tua maneira tão despreocupada. Porque me abandonas todas as noites? Mas agora, consigo ver o porquê. Quem te deixa todas as noites sou eu, para estar na companhia de quem me rouba todos os dias o coração. Eu sei que tens medo, eu também teria se soubesses. Eu também tenho medo, comentei ao teu ouvido, mas não te apercebeste. Tenho medo porque a lua é fria e só me prega partidas. Mostra demasiadas vezes o que é a realidade. E, faz-me pensar no que não devo, nos sonhos que me faz ter.

Colecciono todas as noites, as estrelas que te perseguem. Mas nenhuma delas é como tu. Nenhuma delas tem a capacidade de me aquecer o coração, como tu. Não dão o beijo matinal como tu, não me acordam calmamente. Pois a elas, só as vejo de noite. São frias, o que me fazem arrepiar bastante quando estou na cama com elas. Não são como tu. E tenho medo. Medo que um dia qualquer adormeças para sempre e nunca mais possa sentir o teu mimo nas minhas bochechas como costumas fazer. 

O sol não é redondo.

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