Sinto-lhes a solidão...

Apercebi-me hoje, que estava errado. Tudo aquilo que sonhava vir a ser, vir a ter era mais que errado. Era errado querer tudo. Ter a perfeição a escrever. Deliciar-te o coração com o meu. Beijar-te silenciosamente, conseguindo tirar-te o folgo. Mas hoje, hoje vi que tudo não passava de mentira. De que nunca serei perfeito, aos meus olhos. Podes dizer que o sou, apenas para acreditares de que sou, uma coisa que não sou. Como se me quisesses realmente ver como gostarias que eu fosse. Não choro, porque não tenho tempo para tal. Sei que, ao querer escrever aqueles milhares de livros que imagino na minha cabeça, com aquelas maravilhosas e trágicas histórias de amor, já mais na realidade pura da vida, alguma o conseguirei fazer como, quando sonho sobre tal à noite. A harmonia que imagino, que invento, em cada texto, é na realidade uma das muitas coisas que gostava de ter. Tenho vivido numa fantasia que me manteve preso durante tantos meses.

Apercebi-me de que a amizade não se sente, mas vive-se. Que os sorrisos, são inocentes, e as brincadeiras são cruéis com um toque de tratamento vip para o coração se excitar umas poucas vezes ao dia. Que, as mãos dadas, não passam de um estúpido amor de mãos, sentido pelo coração. 

Sinto-lhes a solidão, só de os olhar nos olhos. Sinto a minha, cada vez que me toco.