domingo, dezembro 12

Prólogo

Badalavam os sinos no topo da igreja, fazendo o seu som ecoar por entre as árvores, interrompendo o silêncio da calma manhã de 28 de Maio. Anunciavam a morte de Dom Afonso IV, pouco depois de o sol se levantar no horizonte, carregado de cores alaranjadas. O nevoeiro, que pintava de igual modo o ar, mas este  de tons cinzentos. Impedia que fosse visto com clareza, (como aqueles dias em que o sol aquece) a formosa Igreja de Santa Maria Maior. O corpo, depois de tratado, bem vestido, descansava, de forma presente, no interior da igreja. Fora dela, já um aglomerado de gentes e fidalgos, esperavam para prestar homenagem ao falecido rei. Este, tem na cabeça um elmo, vestindo cota de malha e couraça por cima das vestes de lã. As suas mãos seguram a espada que lhe dera vitórias e de que de mérito a fez usar. A sua barba comprida, dava-lhe aparência de mais de sessenta e seis anos. Idade com a qual morrera nos seus olhos. Cabelo longo e encaracolado, dando-lhe onde deitar a cabeça, aconchegando-o. Tinha dedos gordos, num deles um anel de oiro que brilhava, tanto como os seus olhos verdes.

Sentia a preguiça no corpo. Via nos seus olhos a pouca vontade que tinha de se levantar da cama. Mas tinha de o fazer. Seu pai tinha morrido, e teria de lhe prestar uma ultima homenagem e declarar o trono que era seu por direito. Tinha trinta e sete anos, um mês e dezoito dias. Batem à porta. Depois da autorização dada, entraram dois homens, vestidos com um cuidado próprio de nobres. São estes, Martim Vaasquez, e Gonçalle Annes, vassalos de Infante Dom Pedro. Ajoelham-se, puxando para trás a capa que os cobre dos pés à cabeça, pedindo permissão para falarem.

- Senhor, temo que o que tenho para lhe dizer, não seja de bom agrado.
- Conta-me de uma vez.
Levantou-se Martim Vaasquez, para falar sobre tão delicado assunto.
- Seu pai, ElRey Dom Afonso... - O meu pai? - Interrompe Dom Pedro.
- Morreu esta manhã.

8 comentários:

  1. deixa de ser tonto, escreves MUITO bem, quem me dera!
    adorei

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  2. não sei como consegues pensar isso de ti, a tua escrita é de levantar e bater palmas!

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  3. não acho exagero, acho que TU é que exageras. toda a gente sabe que escreves bem, e tu também o sabes!
    nota-se, e adoro a tua escrita. por exemplo aqui o texto em baixo, dá-me vontade de continuar a ler se tivesse continuação. tens que acreditar mais em ti.

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  4. sim. já me vou meter a ler!
    não sejas tolo. nem sei o que dizer mais para acreditares

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  5. sim, e ameeeeeeeeeeei :o completamente. eu não consigo (por enquanto) escrever algo desse genero, sabes?

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  6. eu não sei. vergonha acho que não. masss, não sei.

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