quinta-feira, novembro 4

A cama à nossa beira.


Tenho tido este sonho, que me tem dado uma enorme vontade que seja real. Sou eu, à porta de tua casa, sorrindo como um tolo, carregando um saco das compras, cheio de preservativos. Não pesa na mão, não tenho que fazer muita força. Sorriu, sem parar de o fazer, intensificando-o com a tua chegada à porta. Abraças-me, mostrando aquela saudade que se faz pelo tempo que passa. Entro, tiro o casaco, brinco um pouco contigo, despindo a roupa e ficas parva, a olhar para mim, questionando o que estou a fazer. Digo que está tudo bem, que estou apenas com calor. Pisco-te o olho, entendes o porquê, e retiras a camisola. Chego à tua beira, onde te espeto um beijo em cheio nos lábios secos, pousando a mão nas zonas genitais (olha eu muito educado), sedentes de sexo. Todas as noites, a minha vontade é vir para ti. Partilhar a cama. Mais do que isso, é estar contigo, aconchegando-me com o teu calor que sai do teu corpo. A mão passa para dentro das calças, ficando apenas com as tuas cuecas a separar o toque final. Suspiras, contorces o corpo, rodopiando com sons vindos do teu intimo. Não resistes às minhas caricias. Mordes o lábio, trincas a língua. Com a vontade, e a excitação que te invade o corpo, o tirar de peças de roupa, vai sendo cada vez mais rápido e mais rápido e mais rápido. Não consigo contar as vezes que me querias que te penetrasse com aquele jeito. Aquela agressividade com um carinho no inicio. A cama à nossa beira, fria chama-nos com vozes cúmplices e deliciosas. Agarras-te às bordas da cama, com uma força tremenda. Ficas tensa e soltas um grito. Foste para lá do céu negro, para lá da lua. Foste e vieste, pedir mais.

Estás com medo? De não veres mais céus negros esta noite?

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