domingo, julho 4

São as letras na carta...

Ainda te lembras? Ainda te lembras do tempo em que tudo era perfeito e fofo? Colorido e amistoso? Lembras-te? Consegues recordar-te do que sentíamos, do que vivemos à tanto tempo? O que éramos e deixámos de ser. O que fomos e não somos mais. O que queríamos ser e, neste momento, não somos nem metade do que pensávamos vir a ser. As travessuras, os malabarismos de fim de semana. De como tentávamos mudar as coisas, mudar o mundo com as nossas coisas estúpidas e ideias de garoto ignorado, ou self-ignorado. Mas nunca deixamos de ser o que fomos no fundo. Os garotos, as tentativas de nos encontrar-mos no meio de nós dois. Durante estes 20 anos, e pensar no futuro e... E achar que nada irá mudar. Não assim, tão violentamente. Quando éramos garotos, já mais pensaríamos que seriamos o que somos hoje. O que temos e o que tivemos. As emoções e os espíritos mútuos. As brincadeiras desde que o sol acordava, até que se ia deitar. Era tudo constante.

Ainda te lembras, de quando o coração batia com força no peito e nos fazia sentir coisas extraordinárias? De como tudo era tão... Tão cheio de magia, e nós, pequeninos no mundo dos adultos nos esticávamos em todo o lado, querendo parecer maiores, parecer menos crianças e mais adultas? Entendes? A vida é efémera e mesmo assim, ignoramos e negamos que o que quer que passe mais rápido do que o próprio tempo e nos leva a vida toda, nos deixe de alguma maneira felizes por termos vivido da maneira como vivemos. Nunca destruíste a minha liberdade. E se alguma vez o fizeste foi porque aceitei.

São as letras na carta que transmitem os sentimentos, não quem as ousou usar...

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