segunda-feira, fevereiro 1

Não consigo dizer nada.

Não confies em mim. Não confies nas mãos que se tentam aproveitar do teu corpo. Não! Elas querem tocar-te. Querem amar-te. Mas não confies nelas. Coração amaldiçoado, efeito doente, de puro terror, soltando escândalos pelas janelas do teu quarto. Xiu, disse eu. Agora, és tu quem me quer tocar. Não confies nas mãos, não confies no meu coração. Confia no gemido, que esse deve ser mais verdadeiro. Arranca-me as asas, tenciono andar ao teu lado, sentir o chão a passar por baixo dos meus pés. Apanhar o amanha com os dedos, e trazer o sol e a lua, para a mesma vista. Apagam-se as estrelas, faz-se sol por cá. A temperatura no relógio lá de fora aumenta subitamente. Está de temperatura agradável. Vamos passear, ou sair de casa e ficar pelas escadas das estações ou edifícios altos, onde pessoas sem importância para nós, passam e observam tudo o que chegamos a fazer.

As asas já me pesam. Arranca-as disse eu ainda à pouco. Não sabes como me sinto, quando me dás a mão, virando esses teus olhos na direcção da minha boca, observando bem ai de baixo, como grande e poderoso sou. Carregando um carinho especial por ti, que tanto tento esconder, por ter medo das tuas reacções temperamentais. Soltas alegrias, espalhando pelo ar, as risadas de dentinhos brancos, apaixonados pelos lábios revestidos de uma cor vermelha. Abraças o meu corpo, num gesto de querer sentir mais conforto do que o próprio calor que já te chega de mim. Olhas-me. Contemplas cada olhar meu, os gestos frustrados e sem conclusão, arrancando as asas. Tento, não as alcanço. Tira-as!! Quero por aqui ficar. Pisando este chão confortável. Pisando o mesmo sitio que tu pisares. Percorrer caminhos à tua frente, em que por cada pegada minha, possas colocar os teus pés, sabendo que é seguro. O meu coração dói. Mesmo quando o teu sorriso faz o preto ficar de cor branca no escuro. Obrigando o silêncio desimpedir o ar.

Força! Empurra o teu coração contra o meu. Ou arranco este meu, puxando para ti, puxando para bem perto, até chegares a sentir o seu bater. Enquanto te conseguir "aprazer", terei todo o gosto em dar-te de colecção este raro coração, lindo e a morrer, para que, num dia qualquer o possas voltar a sentir num corpo melhor. Eu quero ver o dia, em que todas as dores, façam correr nos meus lábios: "Amo-te, quero sentir-te saudades."

"Observo o teu belo sorriso. Desculpa, não consigo sorrir contigo... Não consigo dizer nada. Só sei que gostava de te poder dizer o sentimento presente no coração que tenta ser forte..."

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