quarta-feira, novembro 25

Deixas-me sem palavras


Deixas-me sem palavras. Quero falar, mas elas não saem. Eu forço, mas nada as faz sair. Idealizo tudo na cabeça, mas elas ficam presas na língua e não querem sair dela. O coração bate, melhor dizendo, não bate, está calmo, mas a respiração alterou-se de uma só vez. Cada vez que me chego a ti, ou que estamos juntos, nem que estejas na outra ponta da sala, estou constantemente preocupado, olhando sempre para ti. Sempre que tenho saudades dos teus olhos, da tua cara, da tua boca. Quando estamos a trabalhar, estamos a trabalhar, e mesmo que o "coração" palpite de alegria, eu dou-lhe palmadas e digo-lhe para ficar quietinho no seu lugar que por agora não pode saltar. Como dizemos muitas vezes: Trabalho é trabalho, e conhaque é conhaque.

Ontem tive tantas oportunidades para te convidar para sair, ou ir beber qualquer coisa, mas não fui capaz. A vergonha apoderou-se da minha fala. Sentia-te. Distante e com frio, agachada num canto só teu. Com palavras e frases curtas. Estavas bem na cama. A descansar. Disseste que estavas doente, estavas mais que isso e eu reparei. Nem sei se também me "ligas" ou se simplesmente nem te apercebes. Nem sei porque me preocupo, mal te falo. Com o medo de apanhar algum estalo ou dizer aquilo que não devia. Estou baralhado agora... Imagino-te a tempo inteiro. A tua boca pequenina com uns lábios encarnados bem pequeninos.

Ajudem-me aqui mulheres que eu já não sei o que fazer. Não lhe tenho coragem. Não... Amanha vou trabalhar com ela e meu deus... Qualquer dia aponha sozinha e ainda lhe espeto um beijo na boca assim do nada. E pimba um estaladão. As minhas esperanças estão a ganhar força, o sol está a perder brilho, mas o seu calor muito mais forte. Sinto a vida a entrar-me pelo corpo dentro cada vez que respiro. Seguro-te de perto. Eu sinto-te, quero-te, eu sei que o teu toque é de tudo o que preciso. Espero que brilhes para sempre.

Imagino-me a passar a mão pela tua cara. Colocar o polegar no teus lábios, os dedos atrás da tua cabeça e puxar-te, aproximando-me devagarinho, fechando os olhos e beijar-te devagarinho, sentido todas as vibrações e respirações alteradas à ultima da hora que o teu corpo efectuar.

Com tanta rapariga bonita que trabalha comigo e até me dou bem, escolhi-te a ti por alguma razão. Apenas me sinto bem.

4 comentários:

  1. "Com tanta rapariga bonita que trabalha comigo e até me dou bem, escolhi-te a ti por alguma razão. Apenas me sinto bem."

    A gente simplesmente desconhece a razão. Sempre!

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  2. Humm um começo de algo mais que arrebata o coração. Esse romance tão puro e resumido em todas as palavras.
    Gostei tanto Pedro :)

    "Ajudem-me aqui mulheres que eu já não sei o que fazer. Não lhe tenho coragem." Se isto é um verdadeiro apelo a ajuda, só poderei dizer, solta esses caracois presos e arrisca num convite. Não sabes o que pode acontecer se não tentares...

    Beijinhos*

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