terça-feira, setembro 15

Não passa de uma doença

Doente, com cartas de amor na mão direita, sangue na ponta da faca, frequente na mão esquerda. Coração no chão. Peito aberto, largando sangue, libertando outro. Lia-lhe cartas.As coras da tempestade, dos fios invisíveis que me prendem da cabeça aos pés, aos teus desejos íntimos. Apavorando a delicada coluna. És linda, favorita das palmas das mãos, do sexo masculino.

Podemos tardar esta realidade, atacando-me a mim, e abalroando os frascos contendo mil textos mais lindos sobre amor, ternura, viver, distancia. Olha para mim, bem na merda dos meus olhos, alegra-te por me conseguires enfrentar. comete suicídio, caso não aguentes a dor. Metes-me medo amor. Metes-me muito medo. Seja sincero ou parvo da mioleira, pouco me importa. Atira-me fogo, enforca-me, corta-me em pedaços, atira-me os leões, e ri-te sempre de cada situação. Não acredites em nenhuma palavra do que eles digam. São precisos momentos para ter outra oportunidade a bater à porta dos ouvidos, para poderem entrar e serem até bem recebidos. Tudo isto era uma doença completamente hipócrita e irónica. Eu costuma dizer: «Onde os olhos pousam, já mais de lá sairão bem.» Ainda bem, vou cair, vou-me atirar das pontes. Para ver nos teus olhos, como é que te aguentas ver-me morrer e a desistir de tudo. E desisto porque me estás a dificultar. Estás a picar demasiado o coração. Forçando-o a sentir coisas que já sabe que se o fizer só irá piorar o que do teu já sai. E não é lá muito bonito. Não será lá muito bonito. Quero que continues a respirar mesmo que depois de morto, cá estejas tu. Nem acredito no que me tornei. As minhas asas vão-se despejando. Com a tua boca cheia de penas, agora sei o que queres. Já não sei como olhar para ti. Bate com força de touros o coração que anseia por um olhar e um beijo num banco do jardim. Cá vou eu percorrer o corredor vermelho, em direcção ao que mais me dá arrepios. Intenso. Devo estar a sonhar...

2 comentários:

  1. Sabes, desculpa talvez esteja a ser estupida (nada de novo, portanto) mas nao gosto de te sentir assim triste, em baixo, na verdade nem sei se estas. Gosto de ler os teus textos, da tua escrita, do modo como escreves. Mas não gosto quando começas a falar em morrer e em matarem-te. Ninguém merece isso por muito mal que cometa.

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  2. ok ok nao te tiro nada da cabeça, que fique la tudo ainda me acusas de ficares sem cerebro e nao quero responsabilidades dessas pa cima de mim!...
    Os pensamentos e as palavras sao livres so fiquei inquietada, nada mais!...
    :)

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