domingo, junho 7

Conta-me uma história


Consigo ver o orgulho a sair dos teus olhos e a envolver todo o teu corpo. Viras luz que ilumina o caminho que ambos seguimos. Abres a boca todas as vezes que respiras. Gostas de te sentir a ser preenchida. Evitas a entrada do ar pelo nariz. Forças a respiração. Deixas-te envolver com os movimentos do meu corpo.

De que preciso de gajas se tenho a música que faz mais do que elas?

Vejo agora o que um dia queria ver. O que um dia queria sentir e não me conseguia exprimir. Sinto o que queria sentir à tanto tempo. Esta paz que me paz palpitar mais de mil vezes por segundo o bater do meu coração. A lua já vai alta, e mesmo assim parece que está tão perto para poder ter tocada. Está tão grande e perfeita, tão iluminada e empenhada em estar ali. HAHA Mas é como se tivesse acabado de acordar. De olhar para o céu e ver a beleza que o é apenas nos meus olhos. Como é possível tal sentimento? É indescritível. É como se tivesse a ser gelado por dentro. Uma suavidade, uma brisa invisível que me enche o interior. Que me faz arrepiar a cada tentativa de expressão. Que magia. Que dom.


Hoje és uma flor, amanha serás uma árvore. Uma árvore com mais de mil historias para contar. Não só as tuas como as que iram passar por ti todos os dias. Nunca irás estar sozinha. Pois tens-te a ti mesma. Com essas raízes que rompem o chão e te prendem os movimentos impedindo-te de ver um mundo, um mundo maravilhoso. Mas irás conhecê-lo à medida que cresceres aqui, neste exacto local. Se um dia não fores arrancada do chão ou cortada. Terás filhos/as e poderás contar histórias às mesmas, com a mesma paixão que cada pessoa irá dar ao passar por aqui. E garanto-te uma coisa, vais ouvir coisas que te vão deixar triste, outras odiando tudo, outras agradáveis e outras silenciosas. Uma irão aleijar-te, porque os amores são escritos em ti para ficarem para sempre gravados, mas nem todos ficam para sempre como se deseja ou pensa. Vive e sobrevive.

Conta-me uma história pequena flor.
É um mundo novo. Um pesadelo de um sonho inoportuno. Sou eu. Feliz sem saber. O que um dia irei perder.

Há alguma coisa no ar, que me deixa satisfeito com as minhas capacidades, por mais pequenas e absurdas e estranhas que sejam. É uma satisfação sem preconceitos. É o medo de viver sem medo. Um estado de espírito que fica para além das minhas capacidades de entender concretamente. É estranho toda esta sensação, entre o bem estar e a felicidade que me deixam a perguntar. Será isto real ou apenas um sonho? Há um exterior fora de mim que me procura e persegue para me conhecer. Eu fujo. Não sei bem porquê. É como se todos os dias fossem os últimos do anterior. Uma tentativa de me despedir do dia anterior e dizer olá ao próximo que vem.

Respiro alegria e a alegria é a minha casa.

Nasci com a aparência de um velho, mas tenho uma mente saudável e criativa que se pára... Morre!

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