domingo, abril 19

Em desenvolvimento descontinuo!

Em desenvolvimento com as roupas, andares, gestos, com tudo. Apanho um bocadinho daqui, outro dali, junto e misturo tudo e forma novas artes molecular-mente precisas e com um significado preciso e que não é idêntico.

Em mudança constante e frente para trás.

As minhas cidades estão tão bonitas, queres queima-las comigo? Fazê-las arder até que o sol caia do seu ponto no universo. Até que eu caia da pedra que me sobre põem ao mundo. É muito para mim. É demasiado para eu me continuar a suportar. Quero continuar a segui este destino. Tudo tem regras e regras são uma das coisas que menos gosto. Valem a pena ou são um constante desperdício de aprender coisas novas? E assim me tento erguer, enquanto a vejo a chorar no ombro da mamã, o que irá acontecer à minha alma, não sei, o que irá acontecer se desaparecer, não sei, mas por favor não me deixes ir. Não quero continuar a ser levado cada vez que te revejo, cada vez que choro e grito impiedosamente por um novo abraço e um olhar teu que me faça aquecer o coração e que me crave mais um espinho para me dizer que estás viva e que tudo o que queres é o meu coração a tocar no teu, para o fazer palpitar cada vez que me vez a sorrir. Pô-lo a saltar de alegria quando te toco enquanto choras por gotas de água que caem mesmo em cima de mim, que me prendem com uma força invisível que vás continuar a proteger-te da chova que cai sobre nós. Manter-te a salvo do mundo que me deita ao chão, que me faz chorar, que me atira bem lá do alto onde as almas morrem por cada suspiro indefeso da pequena guerra de sentimentos que nos fazem sentir. Proteger-te para te ter para sempre. Proteger-te da chuva que te faz chorar. Ver-te sorrir e sentir o teu coração a encostar no meu, fazendo-o sem perguntar se está tudo bem ou se um dia as coisas irão acabar ou mudar de vez. Que o mundo cai ao teu lado e do meu já mais te irei abandonar.

Deitar-me contigo ao sol, bem agarradinho a ti, causando um calor constante que te faça tirar a camisola amarela que trazes constantemente. Ver a beleza do nosso amor, que torna a escuridão num parque imaginário de infância revivida a tempo inteiro. Vejo este mundo a cair e a destruir tudo aos bocados, tudo o que vi a crescer. Vejo agora a chuva, chove, mas não estás cá. Choro porque não te posso proteger, e o significado em que tinha de me por em cima de ti deixa de ter sentido. O alvo agora sou eu. Quero respirar, mas as crianças que me pegam pelos 4 membros do meu corpo, impedem-me de caminhar novamente. Agarrado.

Expiro as falhas presas no meu coração, atrás dos meus pulmões e bem dentro do peito com costelas partidas. As estradas estão carregadas de dor e sofrimento enquanto eu caminho em direcção à tua casa na esperança em que me acolhas desta chuva gelada que me pica o corpo e me atormenta a alma continuamente sem dó nem piedade. Quero viver. Quero ter uma história diferente daquela que tenho como recordação contigo. Tu. Tu que já tiveste tantos e já passas-te por tantos e aprendes tanto e eu, e eu que não sei o que é amar, sem nunca ter namorado. Foste a primeira namorada da minha vida, queria que tudo fosse prefeito e agora, e agora que já não te tenho não sei o que fazer. Ou arranjo outra, melhor dizendo, procuro outra, não é para te substituir. Cada pessoa tem e teve a sua importância na minha vida. Maltrato a minha alma cada vez que me recordo de ti. Querer continuar. Bah. Sangro constantemente. Corto-me cada vez que penso em ti. Tenho toalhas ensanguentadas escondidas numa gaveta do meu quarto. Tenho lâminas de giletes partidos. Os meus braços estão marcados com mais de centenas de cortes de cada memória diária de ti. Um dia isto irá acabar. Mas até lá irei continuar a fazê-lo. Até mesmo agora corto por me recordar de ti e escrever sobre ti. O resto, o resto é a mentira do meu estúpido e insignificante estado. Foste mais do que tu, depositei em ti tudo o que mais queria, toda a confiança, toda a intimidade, pedia-te coisas e eeeee eee merda...

Tudo o que era teu está guardado numa caixita de madeira.

Estou demasiado assustado para te deixar. Foi tudo tão produtivo à sua maneira. Não te quero ver partida. És a minha boneca de porcelana. Tudo isto porque eu continuo a acreditar que és a minha razão para continuar a viver e a sangrar. É por tua causa que me sinto vivo. És a minha razão de acreditar. E culpo-te, assim como me culpo a mim, sem dó nem misericórdia. Quero acordar deste pesadelo, deste sonho em que tu estás constantemente. Não és um esquecer-te para sempre, é apenas para aceitar o que aconteceu e continuar, e para mim isso é o mais dificil. Tenho gentinha que diz que estou errado, que sou um parvo, que acabo e agora quero voltar. Eu não te quero por me sentir sozinho, eu quero-te porque gosto de ti, como sempre gostei. Eu fartei-me de te dizer tanto e agora... E agora só me dizem que estou mal, e errado em querer voltar. Que quando as coisas acabam, acabam memso. Eu não quero que acabe, ou talvez queira. Mas porque carago ainda penso em ti? Ainda tenho o coração quente? Porquê? Não percebo. Nunca quis viver contigo para sempre, sabe-se lá quando tudo teria de acabar por alguma razão que não aquela que aconteceu entre nós dois. Sei lá. E se... Só ses. Estou farto de tudo. Farto de me lembrar de ti na esperança de que vais passar na rua só para eu saber que ainda gostas de mim, ou para saber que estás viva.

Eu iria continuar a escrever para ti, e sobre ti dias e dias seguidos, até que me iria fartar de dizer a mesma coisa, ou então iria renovar o discurso que mantenho guardado para ti. Para que quando um dia to poder dizer sem meias palavras e criar falsas esperanças dentro de ti e de mim. Dizê-lo como se tudo fosse importante, mesmo sabendo que irei morrer se o contar. Aguardo uma resposta tudo. E eu sabes muito bem quem és, e o que foste. Queres gostes quer não. Eu irei continuar a cortar-me cada vez que pensar em ti, sim tens razão não tens nada haver comigo. Talvez não queiras mesmo saber de mim. Que importa isso? Vamos todos morrer.

Dorme comigo só mais uma vez. Deixa-me sonhar contigo para que te consiga largar de vez e dizer. Foste o mais importante para mim, mas agora o mais imporante é a minha vida.

Sou poeta, esquece-me, não morras por mim. Não caias comigo. Ouve-me, tudo cai lá fora, deixa-te estar cá dentro. Eu vou sair. Quero-te e ao mesmo tempo não sei o que fazer sem ti. Foi uma ilusão.

Em tua memória.

2 comentários:

  1. Tu assustas-me oO a parte do cortar então. Tem calma, rapaz. Podes falar. *

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  2. Tá, mas tem cuidado com isso, muita saudade sufoca. *

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