segunda-feira, janeiro 19

Compreensão

Sinto o orgulho a ser desafiado. O medo constante de voltar a errar. O coração a soluçar de tanta pancada emocional. Mudei. Nunca para sempre. Não sei como é, não sei como foi. Ainda ontem tive numa loja com roupa para raparigas. Estava lá a ver porque andava com a minha mãe a ver as roupas e tal. E havia lá delas bastante bonitas (risos). Mas a certa altura quando me comecei a ver rodeado de tanta rapariga disse para a irmã da namorada do meu irmão: Olha vou lá para fora, se quiseres ficar a ver podes, mas eu é que não me sinto bem aqui. Não sei porque esta atitude. Lutei para continuar a ficar lá dentro. Mas tenho pena que estes ataques de pânico aconteçam. Não sei porque é que acontece. É medo? Timidez a mais? Porque reajo assim? Gostava de compreender. Será que não me sinto há vontade no meio das raparigas? Sim. Cada vez estou mais confortável, mas com tanta. Quando estes ataques acontecem, fico sem folgo, quase não olho para ninguém, boto a cabeça virada para o chão. Não dou contacto com nenhuma rapariga nos olhos. Quando passeio no shopping, não sei. Gostava de perceber. Não sei porque é que o faço. Porque é que tenho de ter medo? Elas podem olhar para mim, mas eu quando vejo alguma, viro o olhar para outro lado ou para o chão. Tenho pena que tenha estas atitudes. Evito sempre o contacto com as raparigas que passam ao meu lado, enfiando a cabeça entre os ombros, com o olhar virado ao chão sem qualquer contacto exterior. Deverei ter problemas com mulheres/raparigas? Sinto que sim. Não sei porquê. Mesmo quando namorava ou antes de namorar, sempre fui assim. Só sou capaz de olhar nos olhos das minhas amigas e mesmo assim fico com um receio qualquer dentro de mim que me impede de olhar para as belezas a passar mesmo ao meu lado. Deprime-me isto acontecer. Não sei como o evitar ou até mudar esta pancada de olhar para o chão. Sinto-me bem comigo, mas não sei porquê é aquela coisa de ter contacto... Mudando de assunto. Para mim é fácil pensar que " " está bem, vive a sua vida, seguindo em frente com o que aconteceu. Com tudo o que aconteceu, e eu aqui, porque sei que podia ter feito melhor e não fiz. Fui burro e parvo. E se lhe pudesse mostrar outro caminho, talvez... Esquece... Choro cada vez que me lembro de ti. Mudando de assunto. Comecei a sentir. A sentir os textos dos outros. Para mim o que os outros escreviam eu não sentia. Parece que deixava de sentir e passava só a ler, sem interpretar nem fazer mais nada. Apenas ler e dizer o que me vinha à cabeça. Tenho pena de mim. Saber que sou tudo o que penso e mais outras coisas que era capaz de vir a ser e tudo aquilo que... bah... E não fazer nada para mudar. Mudar por mim, mudar para ser feliz. Mudar para mudar. (choro interior) Já quase não choro. Não o faço muitas vezes fisicamente. É quase tudo interiormente. Se é que me percebes. Perdi parte de mim depois daquele ultimo adeus. O adeus que me fez sentir real e vivo, que me fez sentir que tinha escolhas e hipóteses. Que me fez sentir impermeável. Ao mesmo tempo... Imperfeito, e incapaz de realizar um sonho. Sou um criador de sonhos, que não os consegue concretizar.

Re-Memorial.
O ar rompe os brasões.
Preenche o olhar
Que penetra intensamente o ar,
Brilhando com mil perdões.

Desejava-te mais que tudo.
E acabei por ficar sem nada.
Agora redimo-me de todo o mal
Acumulado no pó do meu ser.

Sem fazer do passado presente
Recordo os momentos ao teu lado.
Até mesmo aqueles que desejava
Sorrias e eu ficava contente.
Sorriso bonito e invejado.

Pena tenho eu de não conseguir
Ser capaz de ser melhor
E de fazer o que devia fazer
Todas as vezes que fosse necessário.

Envolves-me de tal maneira que te persigo em sonhos, onde a teimosia aquece o calor. Corro. Corro. Corro atrás do que quero voltar a ter. Um amor...

Sou tudo o que não vejo. Por medo ou pânico de mudar e um começar de acreditar ou ver o que sou. Pânico do que é meu. Do que sou e não quero ver. Uma visão, um olhar de mim. Olhar para dentro de mim sem pensar e conseguir ver o que sou. Acreditar que sou capaz. Que sou capaz tal como alguém... Alguém que não digo o nome. Alguém que eu sei que ou sofre ou vive melhor tanto interior como fora de si. Alguém... Que... Não sou eu. Pequenos sorrisos. Pequenos gestos. Já vou tarde? Já cheguei tarde? Continuo? Ou deixo-me ficar? Espero? Ou começo a caminhar? Ajudo e fico-me, ou não ajudo e continuo o meu caminho? Cresço e desrespeito? Ou cresço e perco tudo? Medo de crescer? Ou o medo de perder o que sou hoje? Quem me julga? Este é o segredo que ousei descobrir. Para mim... Falta-me a força de acreditar. E isso... É aquilo que tu sempre tiveste.

6 comentários:

  1. Vais ver que com a ajuda desses amigos vai tudo passar.
    E um dia, possivelmente, vais esquecer essa dor que trazes contigo. Porque como custumam dizer 'o que não nos mata torna-nos mais fortes' :)

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  2. Com o tempo, todo o medo que tens e toda a timidez vão desaparecer. Não tens de te sentir constrangido com nada, se te sentes é assim é porque pensas demais nisso. Põe de lado por momentos, e para a próxima vez concentra-te noutra coisa, esquece isso, não dês importância ao que te rodeia.

    beijinho *

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  3. Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o que te rodeia.
    Todos nós possuímos os nossos demónios e não são as palavras que os afastam, mas os actos.
    Quando necessitamos de ajuda, há sempre alguém que aparece, a maior parte das vezes nós é que não vemos.
    talvez aquilo que te devas questionar é se realmente queres mesmo ser ajudado. se sim, levanta-te e segue o teu coração, ele nunca te engana embora para ti as provas que tenhas que passar sejam difíceis.

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  4. Obrigada Pedro :)
    Sim, é uma grande amizade. De irmãos *.*

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  5. Apenas te digo, nao temas ser tu próprio... E essa timidez (talvez), se faz parte de ti assim, há que aceitá-la, e vivê-la...
    Não finjas ser outro alguém senão tu, é como se tivesses a fazer uma paragem no teu caminho da vida; e não esqueças, que o tempo não pára, e não podes voltar atrás nesse tempo para voltares a ser tu...

    Optimas perguntas que tens... E aquilo que dizes: "Elas podem olhar para mim, mas eu quando vejo alguma, viro o olhar para outro lado ou para o chão. Tenho pena que tenha estas atitudes."
    Não serás o único :)

    (Todos desejam um amor como o da Bella... Mas sinceramente acho que precisamos mais da capacidade que ela tem para reagir com esse tipo de amor, que propriamente um namorado perfeito.. É essa capacidade que faz um relacionamento dar certo)
    :) Tu ja leste, eu vou começar a ler :)

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  6. Olá Pedro.

    Deixa-me ver se consigo colocar este tema numa linguagem científica de modo que nos possamos entender.
    O homem é um conjunto cuja envoltura mais externa é o corpo físico, interiormente fazem parte desta unidade, uma parte psicológica e uma parte mental.
    A mente pensa, a psique sente, o corpo interage com o meio físico e nisto não há volta a dar, se bem que nesta interacção todos os constituintes do homem participam simultaneamente. Exemplo disto é o facto que tanto nos pode deixar tristes um acontecimento que presenciamos como um pensamento que produzamos.
    Como um fio que centra todos estes campos, existe algo que a psicologia chama actualmente de Self e que eu vou chamar de Vontade para não complicar esta ideia.
    A vontade, irradiando do nosso interior projecta-se para o mundo físico para plasmar um qualquer acto, atravessando antes dele o nosso campo mental seguidamente do nosso campo psicológico. Neste caminho e sobretudo no campo psicológico, é perturbada e retida pelos complexos (imagina estes complexos como “células” do nosso corpo psicológico assim como as células formam o nosso corpo físico), quer sejamos conscientes deles ou não, transmutando-se de vontade para desejo sendo a energia do “embate” ou “retenção” aquilo que conhecemos como sentimento. Ou seja um desejo é vontade enclausurada por um complexo psicológico, vontade esta que ao responder à clausura produz vibrações que são os sentimentos que podem ser de prazer ou dor.
    O desejo afasta a vontade de plasmar no mundo físico o dever, pois actua como uma força que desvia do seu eixo a vontade, como se uma fosse perpendicular à outra e assim, afastamos de nós o que classificamos por repulsivo, ou seja, os objectos que nos fazem sentir dor e aproximamos de nós os objecto que nos fazem sentir prazer, sem no entanto concretizarmos aquilo que inicialmente nos tínhamos proposto conscientemente a fazer.
    Colocar ordem nos complexos psicológicos de modo a eles não reterem a vontade é o que os psicólogos tentam fazer, mas em ultima instância, depende sempre da própria pessoa esse feito. Para tal a pessoa tem de se disciplinar interiormente, construir uma ordem interior e tal é feito através do conhecimento de si mesma. Este conhecimento potencia a vontade que chegada a altura de passar pelo complexo em vez de ficar retida neste, não mais o reconhece como obstáculo e atravessa-o sem qualquer perda de essência.
    Por isso Pedro, tens 3 soluções para o teu problema: ou o colocas nas mãos de um bom psicólogo, ou arriscas que a vida te faça passar por todas as experiências para tal poder ou não ficar resolvido ou te propões a disciplinar pelo teu conhecimento interior. Em qualquer uma delas a tua vontade tem de intervir e quebrar o primeiro obstáculo que é o sentimentalismo que sentes por ti próprio, todos nós temos os nossos problemas à que arregaçar as mangas e ir à luta.

    Espero que estas breves palavras sejam sobretudo uma ajuda, pois é esse o meu intuito.

    Um forte abraço.

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