quarta-feira, dezembro 10

Confundindo o vazio...

Porque é que amar ou namorar com alguém é tão difícil?

Mas porquê? Porque é que é tão difícil conhecer alguém que nós consigamos dizer: "És a ideal para mim!" Porque é que se tem de sofrer de maneiras que não consigo explicar ou até mesmo compreender. Não sei o que escrever. Quero ver em que é que estou errado, no que é que fui culpado, em que é que... sei lá... Se não fosse como era hoje, talvez fosse mais "compreensivo" e mais "aberto", mais deixa "andar", mais "esperto", menos "controlador", menos eu.

Só gostava de mudar. Mudar para... Sei lá. Parece que é uma necessidade que tenho neste preciso e exacto momento. Acho que o amor, ou o namoro, não foi feito para mim.
Sabe bem, mas por outro lado... Esquece.

Gosta de ter aquela personalidade de pessoas que sai à noite, e que vai beber e estar com os amigos, ou sei lá. Já não sei o que sentir ou pensar. Já não tenho controlo sobre aquilo que estou a pensar. Gostava de ser diferente, diferente para poder perceber em que é que estou mal, o que é que posso melhorar. Saber e perceber melhor o que é namorar e o que é amar alguém. Quero, quero, quero... Quero e não sou capas, não sou capas de me expor aos outros, não sou capas de olhar para as raparigas que passam junto a mim, porque tenho medo de "parecer" mal. E porque olham, para um rapazito cuja vida ainda nem começou, uma criancinha infantil e extremamente irritante, com uma postura na vida, que é uma merda comparada com a de muitos outros rapazes na sua idade.

Um gajo que é feio aos olhos de quase toda agente. Um rapaz esquisito e ao mesmo tempo difícil de se compreender a si e aos outros. Em vez de estudar Economia (para amanhã) estou aqui a escrever, porque sei que é aquilo que eu penso agora que vai mudar o meu futuro amanha e não é um teste de Economia que me vai mudar significativamente a vida.
Tenho medo, quer dizer não é medo, e também não sei o que é. Apenas utilizo uma palavra para qual não consigo ter um sentimento realisto. Um sentimento sentido real. Um rapaz que tem uma personalidade de merda, se é que assim se pode dizer à letra. Tem notas baixíssimas, é uma merda com raparigas, mal sabe o que é beijar ou sequer namorar e saber os limites respeitar a namorada, e agora ia ser uma boa pessoa. Não estou deprimido, estou zangado.

Zangado por não ser o que gostava de ser.
Zangado por ainda não ter aberto totalmente os olhos para a vida que tenho, dar valor ao que tenho, e tive e ei de vir a ter. Se a minha atitude for esta até ao fim da minha vida... Prefiro morrer aos 20 do que continuar a viver com esta "angustia" e este desespero enorme de encontrar alguém do sexo feminino que me dê aquilo que dei, e dou aos meus amigos.

Zangado por não conseguir ser realmente feliz, e não consigo compreender porque é que não o sou.
Zangado por me culpar pela maneira como ajo ou faço as coisas.
Zangado por não saber viver.
Zangado por pensar que não sou bom em nada.
Zangado por pensar que não sou bom como namorado ou amigo ou colega.
Zangado que quando tiver 70 anos saber que não fiz nada por mim, não ter ninguém comigo, porque não vou conseguir ter.
Zangado porque não ter medo disto tudo, porque estas coisas fazem-me viver. Fazem-me viver.

Confundindo o vazio...
Tenho tanto medo.
Medo de não compreender
Medo de perder alguma coisa.
Medo de sofrer e fazer sofrer.
Medo de tudo e ao mesmo tempo de nada.
Medo de não ser compreendido.
Medo de não ter o que quero.
Medo de não ser aquilo que quero.

Eu sou para os outros aquilo que gostava de ser para mim.
Mas mal me dou bem com aquilo que tenho dentro de mim, ou sou...
Tenho estas "depressões" criadas de propósito para tentar perceber e levar chapadas para ver se acordo para aquilo que me tem tapado os olhos durante tantos anos.

Porque não sei como mudar, ou ser diferente daquilo que sou agora.
Não é mudar para ir beber cervejas ou fumar, simplesmente quero ser mais (choro profundo) sociável. Parece que tenho medo de mudar.

Escrevo para tentar perceber, perceber o que me faz ser assim.
Escrevo porque não gosto de atrapalhar ou chatear com os meus problemas.
Escrevo porque não sou capaz de falar aquilo que mais me perturba com as pessoas (família e amigos) porque sempre pensei e ainda penso que os meus problemas são só meus e que não os devo expor aos outros. Porque entendo as coisas de maneira diferente, porque por mais que tente não pensar que o que estou a pensar é o que realmente é verdade, acabo sempre por estragar ou pior as coisas. Porque não consigo compreender nada de nada. Porque sou e faço-me tentar não ser... Não ser tão difícil.

Gostava de parar de sentir o que sinto ou o que penso.
Deixar de me preocupar com aquilo que estou para aqui a escrever. Deixar de sofrer por pensar desta maneira. Porque sei que muito do que escrevo aqui, não me vai ajudar em nada. Ou se ajudar, vai ser mesmo pouco... E esse pouco vai mudar pouco.

Porque sei que ajudo mais os outros do que me ajudo a mim mesmo.
Porque se eu quiser mudar tudo isto, não sei como o fazer. Não sei mudar o que sou agora.
Não sei mudar para me tornar uma pessoa melhor, um namorado melhor, um amigo melhor, um filho melhor, um irmão melhor, um conhecido melhor, um exemplo melhor, um objecto melhor, um sentimento melhor, um amor melhor, ... .

Porque choro? Porque não sei o que mais sentir, e este é o único
sentimento que neste momento me consegue fazer sentir vivo e preparado para aquilo que vou pensando.
Porque é esta a música que me deixa viver um momento que não pode ser pausado no tempo. Porque quase nada ou pouca coisa me faz realmente agarrar à vida e pensar num futuro prometedor ou bom, quando as notas são de merda...

Pensa o que quiseres Pedro. Pensa o que quiseres. Sofre. Porque tu mereces sofrer depois de tanta coisa que tu fizeste. Sofre porque é aquilo que tu sabes que é mais do que certo. Sofre porque é uma das únicas coisas que te mostram e fazem sentir. Sofre porque é assim que consegues viver mais ou menos a tua estúpida e inútil vida. Sofre porque neste momento podia haver um namorado, um amigo, uma pessoa, um filho, um pai, um irmão, um sentimento, um amor, uma paixão, uma aventura, melhor do que tu és e serás na tua vida.

Sofre agora Pedro. Agora.

Os meus pensamentos e os meus sentimentos, são a minha doença.
Abraçado a uma depressão profunda, da qual tenho controlo, mas da qual não quero sair.

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