terça-feira, novembro 29

o meu coração

A lua congela e o meu coração solta-se das pestes negras que o prendiam à já tanto tempo. Acordo com ele aos pulos a querer furar o meu peito para fugir do meu corpo e ir habitar para outro que as teias de aranha, as pestes negras nunca cheguem a existir ou a fazer dele prisioneiro. Foge, foge coração, sê livre noutro corpo que não o meu, que tenhas a vida e o amor que nunca tive tempo para viver e conter nas mãos por mais de 2 dias.

Seu impostor, como foste tu capaz de fugir do meu corpo. Como podes ter feito estas coisas ao meu corpo. Quem trouxe as doenças para o meu interior foste tu quando vieste de outro corpo, fugido, na tentativa de encontrar dentro de mim um ponto de abrigo, um canto onde pudesses viver em harmonia e paz. Vê o que fizeste, foste um erro, um pequeno ou um grande erro, és um erro e agora já nada posso fazer para curar as feridas que criaste para sempre em mim.

Toma atenção no próximo corpo em que te fores alojar, pode ser que não tenhas a mesma sorte que tiveste no meu... Se é que tiveste sorte alguma. Corações há muitos, e como tu só existem para empestar os corpos dos mais bem capazes para ostentar corações de marca e boa qualidade, não corações como tu, cheios de teias e pestes negras.

2 comentários:

  1. Pedro, nenhum coração é mau. É como um vendedor de rua, daqueles que chateiam com Internet e Telefones? Essas pessoas simplesmente fazem o que é o seu trabalho, e no entanto, sem culpa alguma, recebem de troca bastantes e terríveis palavras por algo que não lhes pertence como interno. O coração não tem culpa - não tem culpa do que apanhou, do que armazenou, do que cuidou e semeou. Todo o coração nasce puro, e puro permanece. Se magoa, é para ensinar. Se não magoasse, seria ele bom profissional?

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  2. Excelentes metáforas!
    Quando nos apaixonamos o coração voa, e quando retorna já não vem igual, mal é quando fica pendurado do lado de lá...



    Tudo de bom! :)
    Beijito


    ps: fui ler o teu outro canto

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