domingo, novembro 6

Muito antes de o primeiro beijo ser dado...


É tão estranho quando deixamos de fazer coisas que costumávamos fazer. Quando não temos namorada aproveitamos todos os minutos para arranjar alguma amiga, alguma companheira do sexo feminino para partilhar, beijos, olhares, tremores e corações aos pulos, saliva e pouco mais. As palavras soltam-se à primeira vez com dificuldade, mas depois de chegar o primeiro beijo, tudo se solta, o corpo, as mãos. As mãos já são atrevidas e apalpam tudo. Ora rabo, ora mamas, ora se põem as mãos na cara ou na cintura para a chegar mais perto do nosso corpo excitado. Ela sente o órgão sexual e excita-se. Fica quase possuída pelo demónio do sexo. Sente-se uma enorme vontade de ter sexo mas não o fazemos porque é apenas uma curte, um namoriscar pequeno. Mesmo que o quisesse fazer, penso logo que ela não iria deixar, ou querer ou sequer ter essa idade do sexo na cabeça. Fica-se apenas pela conversa, pelas mãos dadas, que por acaso depois do primeiro beijo, já são unidas com algum amor.

Agora já nada disso acontece. Já tenho namorada, já faço o que fazia em curtes, a todo o instante, a todo o momento, já a beijo sem ter medo de levar um estalo na cara. Já lhe toco nos seios, ou no rabo, no meio da rua e nada me acontece e a vergonha mingou ou emigrou para fora deste meu corpo. Já me delicio com quase tudo o que nela existe. A sua voz, o seu corpo, a sua ternura e os seus mais carinhosos abraços quentes. Apesar de ás vezes sentir aquela enorme vontade de fazer o amor com aquela rapariga que tem isto ou aquilo, não deixo de ter na consciência de que essa rapariga serviria apenas para isso. Sexo. Nem mais nem menos que isso.

Muito antes de o primeiro beijo ser dado, éramos como dois desconhecidos um para o outro, depois de dado, somos como Romeu e Julieta.

3 comentários:

  1. Bom post, só falta luzes e câmara, porque a ação está lá. Como na boa moda americana.

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  2. Nem sempre fazemos isso antes de termos namorados... eu também via em quase todas as pessoas que conhecia um possível romance, mas, no entanto, nunca ousei sequer mostrá-lo explicitamente, porque sabia que, para ser amor, era preciso mais do que isso. Era preciso conhecer melhor a pessoa, acima de tudo, e, também, testar o que sentia, para ver se durava e era a sério ou apenas um fogo sexual (quase) inconsciente.

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