terça-feira, agosto 2

Era mesmo ali que gostava de estar...

Aponto para uma imagem na minha cabeça. Era aqui que eu gostava de estar. Digo eu para mim. Era mesmo ali que gostava de estar, e estou a meio caminho. Um dia chegarei lá. O caminho é lindo e poderei desfrutar da sua beleza até chegar ao destino. Tenho ainda tanto por escrever, tantas histórias por publicar, por imaginar e sonhar dentro delas. Não quero morrer sem as ter acabado. Sem ter vivido o que é preciso para as acabar. Quero deliciar-me no fim. No fim porque é quando temos as ideias fixas e a personalidade já não se molda mais. Porque a vida deixa-nos sozinhos a partir de uma certo momento. Pelo menos viver até que um livro esteja publicado. Pelo menos um deles. Era naquele lugar que gostava de estar para o escrever. Para o acabar, para dar vida ao que há muito está morto e enterrado. Dar-lhe a vida que já não tem. Gostava de lá estar mas não dá. Um dia irei estar lá de novo. Adorava estar novamente na quinta das lágrimas, ou a ilha dos amores imaginada por Camões.

Quero ainda escrever sobre a terra que um dia me irá devorar durante anos, até que por fim não passe de mais umas pedrinhas neste mundo. Quero abrir os olhos e morrer.

2 comentários:

  1. Excente texto!
    Belas metáforas... um dia também quero estar ali, onde tudo se resumirá ao som do vento, verdadeiramente livre...

    :)

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